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Mulher com dor intestinal colocando a mão na barriga

Quimioterapia deixa o intestino preso? Entenda como o tratamento afeta o intestino

Saiba como o tratamento quimioterápico altera o funcionamento do intestino e conheça algumas soluções para contornar tal desconforto

O tratamento quimioterápico, no qual são utilizados medicamentos para destruir as células cancerígenas, é uma alternativa importante para combater o câncer de mama e outros tipos de tumor, seja de modo adjuvante, neoadjuvante ou como abordagem paliativa.

A introdução dos fármacos traz junto alguns efeitos colaterais, como você provavelmente já sabe. Aqueles de natureza gastrointestinal podem ser sensivelmente desconfortáveis. Pensando nisso, vamos entender se a quimioterapia deixa o intestino preso e o que pode ser feito para minimizar tal problema.

Afinal, a quimioterapia deixa o intestino preso?

Sim, a aplicação da quimioterapia pode provocar constipação, ou seja, deixar a função intestinal mais lenta. Mas não é só isso: em geral, uma série de desconfortos gastrointestinais pode atingir quem está passando pelo tratamento. Além da prisão de ventre, outras manifestações relativamente comuns são náuseas, diarreia, úlceras estomacais e inchaço abdominal.

A constipação é caracterizada pela dificuldade em evacuar, devido a deficiência de movimento do trato intestinal, resultado de uma série de fatores, que vão desde o consumo inadequado de água e fibras, até doenças subjacentes e o uso de determinados medicamentos.

Ela pode se prolongar por vários dias, provocando dores, inchaços, dificuldade em evacuar de forma completa e a sensação de obstrução intestinal. Não há um número exato de quantas vezes se deve evacuar por semana, mas números inferiores a 3 vezes nesse período podem indicar um prejuízo à atividade intestinal e gerar o desconforto característico da prisão de ventre.

A incidência de distúrbios gastrointestinais pode variar entre 40% e 100% dos pacientes que recebem os fármacos quimioterápicos. Normalmente, quanto maior a dose das medicações, mais intenso tendem a ser os sintomas. Além de afetar a qualidade de vida de quem está recebendo o tratamento, a prisão de ventre e outros impactos no sistema gastrointestinal podem postergar sessões de quimioterapia ou mesmo descontinuar a intervenção, dependendo da intensidade do problema.

Por que isso acontece?

Ainda há poucos estudos disponíveis para explicar de que modo o tratamento quimioterápico provoca a constipação intestinal. Há hipóteses que indicam que as alterações no revestimento do intestino e na função dos nervos da região afetam o trânsito das fezes até sua completa evacuação. Além disso, pode ser difícil distinguir a prisão de ventre provocada efetivamente pela quimioterapia daquela provocada por causas secundárias, como o uso de medicamentos para aliviar sintomas como dor ou enjoo.

Outros comportamentos comuns a quem está passando por um tratamento de câncer (como alterações na dieta, menor ingestão de líquidos e redução na prática de exercícios físicos) também podem contribuir para a intensificação do problema.

No mais, tal sintoma costuma ser negligenciado, até que tenha impacto significativo na qualidade de vida ou tenha importância relevante na conduta clínica, principalmente quando o bloqueio no trânsito intestinal progride para quadros mais graves. Em todo caso, vale falar sempre com seu médico diante de qualquer alteração na atividade do sistema gastrointestinal, inclusive para evitar a cronificação desses sintomas.

Cabe também reforçar que cada pessoa pode reagir de forma diferente ao tratamento: enquanto alguns podem experimentar determinados efeitos colaterais de forma mais intensa, outros podem passar pelo tratamento sem queixas maiores em relação à função gastrointestinal.

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O que fazer para minimizar esse efeito colateral?

O médico responsável pelo acompanhamento pode indicar medicamentos e outras intervenções terapêuticas para que você possa lidar com o problema. Já no dia a dia, é possível adotar outras medidas mais simples para contornar o desconforto gerado pelo intestino preso. Algumas das principais recomendações são:

– Adicione mais fibras à alimentação

Se não houver contraindicação do seu médico, procure ingerir mais fibras na alimentação. Fibras são um tipo de carboidrato que não é digerido pelo organismo humano. Quando elas chegam no intestino, contribuem com o trânsito e o amolecimento do bolo fecal, facilitando a evacuação. Entre exemplos de fontes ricas em fibras estão frutas, legumes, verduras, cereais integrais, castanhas e sementes.

– Beba mais líquidos

Todo consumo de fibras deve ser acompanhado da ingestão de líquidos, em especial água. Para quem está passando pela quimioterapia, talvez seja necessário ingerir mais água do que a média recomendada em situações normais, que gira em torno 2 litros. Para isso, mantenha uma garrafa sempre por perto. Sucos e chás também podem contribuir com essa soma. Além disso, líquidos quentes podem aliviar a constipação.

– Pratique atividades físicas

A fadiga causada pelo tratamento e pela doença pode dificultar as coisas, mas um pouco de exercício, como uma caminhada leve, pode ajudar a aliviar esse e outros efeitos colaterais. Lembre-se sempre de consultar o profissional de saúde a respeito de alguma limitação.

Portanto, o que você precisa saber é que a quimioterapia deixa o intestino preso, com intensidade que varia de caso a caso. Com o apoio do médico e algumas medidas relativamente acessíveis, é possível minimizar o problema. Assim, o percurso do tratamento pode prosseguir, sempre na busca pela remissão do tumor.

Leia também sobre como exercícios físicos podem ajudar na prevenção e no tratamento do câncer de mama.

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