Blog

Mulher sentada no chão meditando

Quais os benefícios da meditação para pacientes diagnosticadas com câncer de mama?

A meditação pode contribuir para o bem-estar de mulheres em tratamento contra um câncer de mama, reduzindo o impacto emocional da situação

Inegavelmente, o diagnóstico de um câncer de mama traz impactos psicológicos e prejuízos à qualidade de vida. Desde o momento em que recebe a notícia, passando pelas diferentes fases do tratamento, a mulher pode experimentar sentimentos negativos variados. Em tal contexto, os benefícios da meditação podem contribuir para a manutenção do equilíbrio ao longo desse percurso.

Embora em boa parte dos casos o câncer de mama seja uma doença em que o tratamento oferece resultados satisfatórios, principalmente com a detecção precoce, conviver com a notícia do diagnóstico não é simples. Assim, encontrar meios para minimizar tais impactos é extremamente valioso.

O impacto psicológico do diagnóstico e do tratamento de um câncer de mama

Ao longo dos tratamentos indicados podem surgir uma série de efeitos colaterais, que são físicos e psicológicos. Eles vão desde fadiga, alterações no peso e insônia até a queda de cabelo e os impactos na aparência das mamas (como acontece com as mastectomias, por exemplo). Assim, mulheres nessa condição podem ver sua autoestima reduzida, bem como temer o futuro e não conseguir dar conta de atividades que antes eram comuns.

Dentro desse turbilhão de mudanças e novidades, é natural que a mente encontre dificuldades para relaxar ou mesmo para focar naquilo que realmente importa em cada momento do cotidiano. A partir disso, a introdução de práticas de meditação pode ser uma ferramenta importante para lidar com as dificuldades experimentadas.

A meditação é um exercício cujos objetivos, em linhas gerais, são relaxar e alcançar um estado de foco maior. Para isso, são usados “guias”, como a própria voz, a respiração ou mesmo músicas tranquilas. Existem várias técnicas de meditação. Ao contrário do que se pode imaginar, muitas delas não tem qualquer conotação religiosa (como é o caso do mindfulness, por exemplo).

Técnicas de meditação estão dentro das chamadas práticas integrativas. Elas são recursos terapêuticos complementares baseados geralmente em conhecimentos tradicionais. Tais ferramentas podem ser usadas tanto para prevenir doenças, quanto como suporte para o tratamento de determinadas condições.

Vale sempre ressaltar que essas alternativas devem trabalhar em conjunto com os tratamentos convencionais. Ou seja, a meditação pode ser valiosa para ajudar na manutenção do bem-estar mental, mas não substitui o suporte profissional muitas vezes necessário para lidar com questões psicológicas.

Leia também: Por que a relação entre câncer de mama e sexualidade precisa ser discutida sempre?

Os benefícios da meditação para pacientes oncológicos

Muitas evidências reforçam que a prática regular de meditação pode trazer benefícios como:

  • Melhoria do humor;
  • Redução de sintomas ansiosos e depressivos;
  • Menor percepção de fadiga;
  • Incremento na qualidade do sono.

Para quantificar os possíveis benefícios da meditação em um quadro oncológico, um estudo publicado em 2019 avaliou de que forma técnicas de meditação e relaxamento poderiam contribuir para pacientes com câncer de mama em tratamento adjuvante. Foram mensurados indicadores de qualidade de vida, de fadiga e de mecanismos de enfrentamento dos eventos estressantes associados ao tratamento.

Dentro do estudo, foram separados 3 grupos de pacientes, cada um com cerca de 30 mulheres. O primeiro grupo recebeu apenas uma orientação sobre a doença antes de iniciar o tratamento. Os outros dois grupos foram acompanhados por 12 semanas, nas quais praticaram ao menos 20 minutos por dia de técnicas de meditação ou relaxamento.

A partir dos dados coletados por meio de questionários, os autores apontaram que as pacientes que meditavam ou faziam os exercícios de relaxamento marcaram menos pontos na escala de fadiga e tinham melhores indicadores nos parâmetros que apontavam para a forma com as quais elas lidavam com os desafios do período em comparação às mulheres que apenas receberam a orientação inicial. Por outro lado, não foi notada diferença substancial na qualidade de vida em relação ao grupo controle.

Seja como for, na conclusão, os pesquisadores apontam que embora haja limitações no artigo divulgado e de que outros estudos devam ser feitos para avaliar o impacto das práticas citadas sobre pacientes com diferentes quadros e sofrendo de outros efeitos colaterais (como dor ou distúrbios do sono), meditação ou técnicas de relaxamento podem ser introduzidas de forma segura em conjunto ao tratamento convencional.

Algumas dicas para começar a meditar

Como já ressaltamos, há diversas técnicas de meditação. Porém, independentemente do tipo de prática escolhida, é simples começar. Não são necessários muitos recursos, nem alguma forma de aprendizado prévio. Um espaço silencioso, uma postura adequada e a manutenção do foco em um objeto, som ou palavra (o chamado mantra) são os pilares desse tipo de exercício.

Usar a respiração como guia pode ser uma forma de começar. Para isso, tente manter o foco no ar entretanto e saindo pelas narinas, ao mesmo tempo que o diafragma sobe e desce lentamente. Já nas técnicas de mindfulness, o praticamente é incentivado a concentrar o seu foco no presente, prestando atenção nas sensações ao seu redor enquanto vê os pensamentos fluírem sem qualquer forma de julgamento ou repreensão.

Além disso, livros, aplicativos ou mesmo conteúdos audiovisuais (muitos deles gratuitos) podem ser ferramentas úteis para quem quer aproveitar os benefícios da meditação. Em geral, não há contraindicações significativas para a prática, salvo diante de quadros psiquiátricos graves. Nesses casos, é essencial conversar com um profissional de saúde mental sobre tal recurso integrativo. Por fim, poucos minutos por dia já são suficientes para oferecer resultados.

Veja também como os exercícios físicos contribuem para melhorar a qualidade de vida durante o tratamento do câncer de mama, minimizando possíveis efeitos colaterais.

Sem comentário(s)
Comentar
Nome
E-mail
Website