Blog

Conversando com médico sobre remoção do silicone

O que esperar do antes e depois da cirurgia de explante de silicone

Ainda que a cirurgia de aumento dos seios com colocação de implantes permaneça na lista de intervenções estéticas mais desejadas, o número de procedimentos de explante de silicone continua crescendo.

De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o Brasil registrou em 2023 mais de 41 mil cirurgias de remoção de próteses.

Independentemente do motivo, quem colocou o implante e deseja removê-lo deve considerar os fatores envolvidos na preparação para a cirurgia e os possíveis resultados.

As causas do desejo ou da necessidade de um explante de silicone

Embora o implante de silicone nas mamas, seja para fins estéticos ou reconstrução mamária, tenha ampla aceitação entre as pacientes, não é incomum que algumas, em determinado momento da vida, considerem sua remoção.

As razões para a remoção variam entre as pacientes, mas as mais comuns incluem:

O acompanhamento médico depois da colocação é importante para monitorar a condição do material. Portanto, a paciente deve seguir a recomendação de repetição dos exames que avaliam o estado da prótese dentro do prazo adequado.

Além disso, esses itens têm validade que costuma oscilar entre 10 e 15 anos. Logo, esse pode ser um momento relevante para decidir pelo explante de silicone sem a substituição por uma nova prótese.

Leia também:Silicone pode causar câncer de mama? Descubra o que os especialistas sabem sobre essa relação

A preparação e os possíveis riscos dessa opção

A remoção da prótese de silicone é feita por meio de uma cirurgia. É fundamental que a paciente siga as orientações no pré-operatório para que tudo possa ser conduzido da melhor maneira possível. Entre as recomendações básicas estão:

  • avaliação médica prévia, com os exames necessários para garantir os parâmetros mínimos de saúde antes do procedimento;
  • reavaliação das medicações utilizadas de modo contínuo, com cuidado específico para fármacos que possam interferir na coagulação;
  • interrupção do tabagismo pelo menos alguns dias antes.

No dia do procedimento, o cirurgião capacitado faz incisões (de preferência nos mesmos locais da cirurgia de colocação) com o objetivo de remover o implante e o tecido, chamado de cápsula, que se forma naturalmente ao redor das próteses.

Quando a cápsula e a prótese são removidas juntas, o procedimento é denominado explante em bloco.

Adicionalmente, podem ser removidos tecidos cicatriciais formados próximos à prótese ou mesmo materiais que tenham sido expelidos após eventual rompimento.

Assim como qualquer outra cirurgia, um explante de silicone apresenta riscos: desde intercorrências envolvendo o uso de anestesias até complicações por conta de infecções e hemorragias.

O pós-operatório e a aparência dos seios depois do explante de silicone

Na maioria das vezes, a recuperação da cirurgia é relativamente tranquila, mas exige repouso por algumas semanas, junto de recomendações adicionais para lidar com dores e possíveis inchaços na área manipulada.

Só depois é possível retomar as atividades do dia a dia sem impedimentos. Enquanto isso não acontece, o ideal é evitar ações que dependam do movimento dos braços.

Com relação à aparência das mamas após o explante de silicone, algumas variáveis influenciam no resultado inicial. É esperado, claro, que o volume diminua consideravelmente como resultado da operação. Nesse contexto, é possível notar ainda:

  • aparência flácida, com a impressão de que os seios foram desinflados;
  • tendência à formação de dobras e rugas na pele da mama;
  • mamilos e aréolas voltados para baixo;
  • aderências dos músculos junto à caixa torácica.

Essas alterações podem durar meses e variam conforme o tamanho do implante removido e a quantidade de pele remanescente.

Diante disso, é possível que a paciente possa se beneficiar de diferentes formas de preenchimento do tecido mamário. A mais comum delas costuma ser a lipoenxertia, em que a aparência da mama é recomposta com a gordura removida de outras partes do corpo.

Alternativas como a remoção do tecido adicional da mama e/ou o reposicionamento dos mamilos e aréolas (chamada de mastopexia ou lifting) também podem ser indicadas para corrigir os incômodos estéticos, considerando os prós e contras dessas abordagens.

Aproveite e não vá embora sem entender melhor em que circunstâncias a retirada do silicone costuma ser indicada.

Médica mastologista especializada em reconstrução mamária. Além de sua prática clínica, Dra. Brenda atua como mastologista no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é preceptora da residência médica de Mastologia na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP) e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. | CRM-SP 167879 / RQE – SP Cirurgia Geral: 81740 / RQE – SP Mastologia: 81741

ps.in@hotmail.com

Sem comentários
Comentários
Nome
E-mail
Website