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Tumor filoide sendo removido por médicos

O que é e como é o tratamento de um tumor filoide na mama?

Um tumor filoide na mama em geral é benigno. Apesar disso, em alguns casos sua apresentação pode ter sinais de malignidade, redobrando a atenção necessária

O tumor filoide na mama é um tipo raro de formação que responde por menos de 1% de todos os tumores na mama. Na maioria dos casos, ele tem caráter benigno. No entanto, uma pequena fração dos quadros pode assumir características malignas, enquanto outros podem transitar entre a benignidade e malignidade.

Apesar disso, os tumores filoides, também chamados de tumores phyllodes, não devem ser confundidos com outras lesões malignas que podem atingir as mamas. No mais, eles tendem a contar com boas perspectivas de prognósticos positivos diante dos tratamentos disponíveis.

As características de um tumor filoide na mama

Os tumores filoides se desenvolvem a partir do tecido conectivo da mama (também chamado de estroma) e não nas glândulas ou ductos mamários. O nome filoide (ou phyllodes) é derivado de um termo grego para “folha”, já que a estrutura de disseminação das células dessa formação lembra a folhagem de uma planta.

Em geral, mulheres acima dos 40 anos são as mais atingidas por tumores phyllodes. No entanto, pacientes de qualquer idade estão suscetíveis a esse problema. No mais, pessoas com a síndrome de Li-Fraumeni merecem atenção especial, já que carregam alterações genéticas que favorecem o aparecimento de lesões como essa na mama. Seja como for, os tumores filoides podem ser divididos em três grupos:

  • Benignos;
  • Bordelines (que estão no meio de caminho entre a benignidade e a malignidade);
  • Malignos.

A definição da classificação de um tumor filoide depende de fatores como a delimitação das suas margens, da anormalidade das suas células e da velocidade de divisão celular. Logo, ele é benigno quando as margens são bem delimitadas, há baixa atipia celular e a divisão das células acontece de forma lenta. No sentido oposto, um tumor maligno não tem bordas bem definidas e conta com progressão rápida das células na região afetada.

Na maioria dos casos, a paciente nota a presença de um tumor filoide por meio de um caroço na mama, que pode ser relativamente grande e capaz de gerar dor. Independentemente de ser maligno ou benigno, esses tumores podem crescer rapidamente e provocar alterações perceptíveis na pele.

A partir disso, a avaliação médica é essencial. Por meio de exames de imagem, o profissional pode avaliar a natureza do nódulo identificado. Uma biópsia pode ser necessária, principalmente quando se leva em conta que tumores filoides podem ser confundidos com fibroadenomas.

A necessidade e as opções de tratamento

Geralmente, os tumores filoides são removidos cirurgicamente. Essa orientação permanece mesmo nos casos em que a condição tem características benignas. No entanto, se o tumor é maligno ou borderline, pode ser que a cirurgia feita demande uma remoção maior da margem segura ao redor da formação.

Logo, o médico avalia se o procedimento pode ser feito por meio de um método conservador ou se será necessário recorrer a uma mastectomia. Em geral, a remoção de todo o tecido da mama é a alternativa adotada quando não é possível extrair o tumor mantendo uma margem com ao menos um centímetro sem sinal da doença. São raros os casos em que é preciso fazer a ressecção dos linfonodos da axila.

Quando o tumor filoide é maligno, sessões de radioterapia podem ser indicadas de forma adjuvante (ou seja, depois da cirurgia). Por outro lado, tumores filoides tendem a ter uma resposta pior ao uso de tratamentos quimioterápicos ou hormonais, amplamente utilizados em outros quadros de câncer de mama.

Saiba mais: Conheça as diferenças entre uma mastectomia e uma quadrantectomia e veja as indicações para cada tipo de cirurgia

O prognóstico esperado para esses casos

O prognóstico dessa doença tende a ser bom, principalmente quando não há metástase. As chances de que isso aconteça dependem de uma série de fatores, como características do tumor e o curso do tratamento.

Depois do tratamento, o tumor pode retornar tanto no sítio primário, ou seja, local onde surgiu, quanto em outras partes do corpo (como pulmões e ossos). Isso é raro e normalmente restrito aos quadros malignos. De qualquer forma, manter o acompanhamento mesmo após o fim do tratamento é importante para identificar rapidamente as possíveis recidivas. Nos cenários em que a doença ressurge em outra parte do organismo, terapias sistêmicas (como a quimioterapia) podem ser utilizadas.

Apesar de tudo, tumores filoides não interferem no risco de uma neoplasia maligna da mama propriamente dita. Ou seja, uma mulher diagnosticada com tal quadro, seja ele benigno, borderline ou maligno, não tem uma chance maior de desenvolver um câncer de mama no futuro.

Em suma, um tumor filoide na mama (ou tumor phyllodes) é mais um tipo de formação nessa região do corpo que pode gerar preocupação. Ainda que os prognósticos sejam positivos na maior parte dos casos, vale sempre manter a atenção sobre a condição das mamas e procurar ajuda especializada sempre que houver desconfiança sobre qualquer alteração percebida.

As lesões pré-cancerígenas na mama são outro tipo de alteração que também não são necessariamente um câncer, mas que podem demandar cuidados especiais, como você pode conferir neste outro artigo publicado aqui no blog.

Médica mastologista especializada em reconstrução mamária. Além de sua prática clínica, Dra. Brenda atua como mastologista no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é preceptora da residência médica de Mastologia na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP) e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. | CRM-SP 167879 / RQE – SP Cirurgia Geral: 81740 / RQE – SP Mastologia: 81741

ps.in@hotmail.com

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