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Médico está trabalhando com scanner de raios-X de mamografia no hospital

Veja o que você precisa saber sobre papiloma intraductal

Papilomas são encontrados nos ductos mamários e em geral são benignos, mas podem indicar uma chance maior de desenvolver câncer

Quando se pensa na saúde das mamas, o diagnóstico de um câncer costuma ser a principal preocupação. Contudo, tal receio, totalmente justificado, não pode negligenciar o espectro de condições que pode afetar os tecidos dessa região do corpo. É o caso, por exemplo, do papiloma intraductal.

Diante disso, é essencial que pacientes (e, claro, profissionais de saúde) saibam identificar as apresentações desse tipo de formação, causas, formas de diagnóstico e intervenções necessárias para uma conduta adequada.

Afinal, o que é um papiloma intraductal?

Papilomas intraductais são um tipo de tumor benigno que se desenvolve nos ductos mamários, estruturas responsáveis por transportar o leite materno dos lobos dos seios ao mamilo, garantindo a alimentação do bebê nos períodos em que a mulher está amamentando. Na maioria das vezes, eles são assintomáticos. Em geral, papilomas solitários se formam nos ductos centrais maiores, próximo ao mamilo. Os papilomas múltiplos, por sua vez, são mais comuns em ductos periféricos, afastados do mamilo. Em alguns casos, a presença de um ou mais papilomas intraductais pode provocar alterações no aspecto do mamilo ou ainda a excreção de sangue ou líquido pelo local. Papilomas maiores também podem ser palpáveis ou provocarem dor.

Quais as causas dessa formação?

Os papilomas nessa região da mama se formam como resultado da proliferação benigna das células epiteliais que revestem o interior dos ductos, devido a alterações genéticas e hormonais das mais diversas naturezas. Mulheres de todas as faixas etárias podem desenvolver papilomas intraductais. A incidência parece ser maior entre aquelas com idade entre 35 e 55 anos. Em homens, as manifestações desse tipo de alteração são epidemiologicamente insignificantes.

Em certa medida, o desenvolvimento dos papilomas intraductais se assemelha aos estágios iniciais do câncer de mama. É geralmente nos ductos mamários que tumores malignos se iniciam, antes de se espalhar para o restante do tecido mamário. Logo, é natural que muitas mulheres se questionem se a presença de um papiloma intraductal pode indicar uma chance maior de desenvolver uma neoplasia maligna na mama. Por isso, vale reforçar que, enquanto um papiloma solitário não está associado a um risco maior de desenvolver um câncer na mama (a menos que esteja acompanhado de outras alterações, como hiperplasia mamária ou um a um carcinoma ductal in situ), a presença de múltiplos papilomas parece indicar uma chance maior de desenvolver esse tipo de tumor em algum momento da vida.

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Como é feito o diagnóstico?

Normalmente, os papilomas intraductais aparecem como alterações em exames de imagens (como ultrassonografias e mamografias). Esses exames são realizados como parte da rotina de rastreamento ou diante de queixas das pacientes, seja por alterações no mamilo, seja pela identificação de alguma alteração percebida na autoavaliação de aspectos da saúde das mamas.

Nas mamografias, os papilomas intraductais aparecem como uma massa oval ou circular bem circunscrita ou com margens indefinidas. Além disso, pode haver sinais de microcalcificações. De qualquer forma, vale reforçar a possibilidade de haver quadros que permanecem ocultos nas mamografias. Em complemento, uma ductografia pode ser solicitada. Por meio desse exame, uma agulha insere contraste nos ductos mamários, facilitando a visualização de alterações no raio-X.

Por fim, se a associação de sintomas e os achados dos exames de imagem despertam preocupação adicional, pode ser solicitado uma biópsia para confirmar tal diagnóstico. Normalmente, métodos menos invasivos são escolhidos para coletar a amostra de tecido, mas, em alguns casos, pode ser necessário fazer uma cirurgia para isso (método mais invasivo).

Quais as intervenções necessárias?

Confirmada a presença de um ou mais papilomas intraductais, é preciso avaliar o quadro para determinar quais as abordagens adequadas. Em geral, intervenções são feitas de acordo com o tamanho, a quantidade de alterações diagnosticadas e a presença ou não de sintomas, bem como a intensidade dessas manifestações.

Em casos mais simples, onde não há sintomas e nem proliferação de inúmeros papilomas, o responsável pelo caso pode indicar apenas que seja feita a observação e o acompanhamento da evolução do quadro.

Quando a presença da lesão está associada com outras alterações, o médico pode recomendar uma intervenção cirúrgica para extração de todos os papilomas. Contudo, tal método restringe-se apenas à retirada completa das alterações identificadas e das áreas adjacentes, sem comprometer as áreas saudáveis do tecido da mama.

Independentemente da conduta adotada, o diagnóstico de um papiloma intraductal deve ser acompanhado da forma mais tranquila e serena possível, principalmente pelo caráter majoritariamente benigno dessas manifestações. Com uma avaliação cuidadosa, o profissional responsável será capaz de fornecer as orientações necessárias, esclarecer dúvidas e indicar a conduta adequada caso a caso.

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