Confira 7 dicas de alimentação durante o tratamento do câncer de mama
Manter a alimentação durante o tratamento do câncer de mama pode ser um desafio. Por isso, veja o que pode ser feito para minimizar o problema
A alimentação durante o tratamento do câncer de mama é um aspecto que não deve ser negligenciado. Seja diante das sessões de quimioterapia/radioterapia, antes ou depois de cirurgias ou qualquer intervenção para lidar com a doença, a manutenção da nutrição adequada é fundamental para fortalecer o organismo e contribuir para a qualidade de vida.
No entanto, é esperado que a paciente submetida a um tratamento contra um tumor nas mamas sofra com alguns efeitos colaterais. Muitos deles têm relação direta com a capacidade de se alimentar de forma satisfatória. Nesse sentido, é importante reconhecer a dimensão desses prejuízos e atuar para minimizá-los. Em geral, são cuidados simples, mas que fazem diferença na qualidade e na quantidade dos alimentos ingeridos.
Como a alimentação durante o tratamento do câncer de mama pode ser afetada?
Antes de começar o tratamento, é difícil prever de que forma os efeitos colaterais afetarão a alimentação. Entretanto, é natural que intervenções como quimioterapia e hormonioterapia gerem alterações no paladar, olfato, entre outros aspectos relativos ao sistema gastrointestinal. O impacto psíquico da condição também pode contribuir para redução do apetite. Além disso, a fadiga, sintoma bastante comum nesses quadros, pode tornar difícil até mesmo comprar e cozinhar as próprias refeições.
Diante disso, não é raro que pacientes com câncer sofram de diferentes graus de desnutrição. Tal condição certamente afeta a chance de desfechos positivos no combate ao tumor. Por isso, é fundamental reconhecer como a nutrição adequada contribui para garantir que organismo seja capaz de reconstruir tecidos destruídos e lutar contra possíveis infecções, por exemplo.
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O que fazer para reduzir esse impacto?
Certamente o médico responsável fornecerá orientações para reforçar a alimentação durante o tratamento do câncer de mama. Elas devem ser seguidas com disciplina. Seja como for, algumas dicas a seguir são valiosas no gerenciamento dos problemas mais frequentes durante esse período.
1. Adote estratégias para combater a falta de apetite
Com a perda de apetite provocada pela quimioterapia, a principal recomendação é tentar substituir grandes refeições por pequenas porções, desde que elas sejam consumidas com menor intervalo. Desse modo, vale tentar ingerir algum alimento a cada 2 horas, por exemplo. O ideal é nunca ficar sem comer ou pular refeições.
Para aumentar a atratividade da comida, varie as apresentações das refeições. Se for o caso, priorize líquidos, como sopas, caldos ou mesmo vitaminas. Por fim, vale tentar enriquecer as preparações, tornando-as mais palatáveis. Não se esqueça que a prática de atividades físicas pode contribuir com a melhoria do apetite, e com a redução de outros efeitos colaterais.
2. Entenda que alimentos podem reduzir enjoos
Os enjoos são outro sintoma desconfortável bastante comum. Evitar longos períodos de jejum e não se deitar logo após comer são alguns cuidados básicos. Além disso, evite alimentos que possam ampliar a sensação ruim, como pratos com aroma forte, apimentados, muito quentes, gordurosos ou doces. Nesse sentido, bebidas e alimentos gelados podem reduzir o incômodo. Assim, invista em picolés de frutas, sucos naturais e chás de gengibre, menta ou limão, além da água. Se houver presença de feridas na boca, evite as opções cítricas. No mais, seu médico pode prescrever um antiemético, que deve ser tomado conforme a orientação profissional para evitar esse desconforto.
3. Saiba como lidar constipações ou diarreia
Tanto para os quadros de diarreia quanto de constipação intestinal, é fundamental fortalecer a ingestão de líquidos, em especial água. Em ambos os casos, seu médico pode prescrever medicamentos para minimizar episódios mais intensos.
Para quem está sofrendo com a prisão de ventre, a principal indicação envolve ampliar a quantidade de fibras solúveis na dieta. Elas estão presentes em maior quantidade em frutas (como peras e maçãs, que podem ser consumidas na forma de purê), legumes, verduras, leguminosas (como a lentilha, por exemplo), bem como em sementes e cereais integrais (como a aveia, a linhaça, a chia e a cevada).
Em quadros de diarreia, o ideal é evitar alimentos que possam “irritar” ainda mais o trato intestinal, como bebidas alcoólicas ou ricas em cafeína, pratos gordurosos ou alimentos que aceleram ainda mais o trânsito do intestino. Por outro lado, alimentos ricos em amido (como pães, batatas, nozes, sementes, trigo integral, farelo de trigo e bolachas água e sal) podem reduzir o desconforto.
4. Reduza o desconforto gerado pela diminuição na produção de saliva, por feridas ou pela dificuldade de engolir
A ingestão abundante e frequente de água, inclusive durante as refeições, pode reduzir a sensação de boca seca. Evitar alimentos secos pode contribuir para uma maior aceitação das refeições.
Diante de feridas na boca ou dificuldade de engolir, reavalie a textura dos alimentos e privilegie aqueles que favoreçam a ingestão de forma mais fácil. Um canudo pode ajudar com bebidas e refeições líquidas
5. Conheça cuidados para minimizar as alterações de paladar e olfato
A alteração no olfato e no paladar podem contribuir ainda mais com a redução do apetite, prejudicando a alimentação durante o tratamento do câncer de mama. Por isso, quem passa por esse problema tende a ter preferência por alimentos bem condimentados. Em todo caso, vale testar diferentes temperos e dar preferência para aqueles naturais. Essa pode ser a hora de experimentar alimentos diferentes do habitual.
Além disso, se a água também ficar com gosto alterado, rodelas de limão ou hortelã podem reduzir tal sensação. Substituir os talheres de metal por opções de madeira ou plástico pode reduzir a sensação de paladar metálico, relativamente comum.
6. Reforce o cuidado com a higienização dos alimentos
A destruição de células de defesa durante a quimioterapia expõe a paciente a um risco maior de infecções. Logo, é preciso reforçar o cuidado com a higiene dos alimentos e a segurança da água, já que eles podem ser veículos para a disseminação de uma série de microrganismos.
Verificar com cuidado cada alimento adquirido, lavar de forma atenta alimentos in natura, assegurar ao máximo a higiene durante a preparação e evitar determinados alimentos crus (como carnes e ovos) contribuem para diminuir esse risco. Em relação a água, ela deve ser sempre filtrada ou fervida.
7. Não acredite em promessas de alimentos “mágicos”
Por fim, é importante desmistificar alguns pontos sobre a alimentação durante o tratamento de câncer de mama. De um lado, não existem alimentos capazes de curar um tumor. Quem promete isso está enganado — ou tentando enganar alguém. Além disso, nenhum tipo de alimento é capaz de “alimentar” o tumor, fazendo-o crescer mais rápido. O câncer é uma doença complexa e crenças do tipo não ajudam em nada.
Aproveite para saber também sobre como é possível lidar com a fadiga outro efeito colateral comum durante o tratamento de um câncer de mama.