Entenda como funciona e quais benefícios da reabilitação física após o câncer de mama
A reabilitação física após o câncer de mama é um estágio importante para garantir que a paciente recuperada mantenha um bom patamar de qualidade de vida
Tipo de neoplasia mais comum entre as mulheres, o câncer de mama demanda cuidados que vão além do fim do tratamento. Exemplo disso é a necessidade de promover a reabilitação física após o câncer de mama. Esse processo passa por diversas fases, capazes de contribuir com o restabelecimento do corpo após todos os procedimentos necessários para combater a doença.
E o passo a passo da reabilitação ultrapassa a questão física. Alguns cuidados envolvem também a preocupação com o bem-estar psíquico, um componente fortemente afetado pelo diagnóstico de um tumor nas mamas.
Por que é preciso reforçar a importância da reabilitação física após o câncer de mama?
Ao mesmo tempo em que é o tumor mais diagnosticado em mulheres, o câncer de mama conta com alternativas de tratamentos eficazes. Dessa forma, com o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado, são grandes as chances de que a paciente supere a doença.
Isso, claro, é uma excelente notícia. Entretanto, a partir do momento em que o tratamento se encerra, essas mulheres precisam continuar a receber a atenção necessária para a devida reabilitação física após o câncer de mama.
Logo, toda a abordagem precisa superar não apenas a busca pela sobrevivência e se dedicar também ao bem-estar pós-tratamento. Com isso, uma série de aspectos psicossociais precisam ser considerados. Caso contrário, o comprometimento da qualidade de vida pode ser significativo.
Em todo caso, uma barreira para a abordagem adequada é a variedade de condições que uma paciente pode experimentar após o tratamento. Para mulheres nesse estágio, as queixas mais comuns envolvem dor, fadiga, o desenvolvimento de linfedemas e até mesmo sintomas depressivos. De uma forma mais ampla, essas pacientes podem ter dificuldade para retomar a sua rotina e o convívio social.
Assim, nas circunstâncias ideais, a reabilitação física, mental e social deve ser desenvolvida de forma personalizada. Entretanto, profissionais podem ter dificuldade para encontrar as melhores alternativas para cada caso, principalmente quando se leva em conta que as evidências disponíveis quase sempre propõem intervenções separadas para cada problema apresentado.
Quais os benefícios da reabilitação para a paciente recuperada?
O benefício mais notável da reabilitação após o câncer de mama diz respeito ao manejo de possíveis efeitos colaterais associados ao tratamento. Mulheres submetidas à cirurgia ou radioterapia, por exemplo, normalmente vivenciam sintomas como dor, rigidez e dormência na área operada e/ou irradiada. Dessa forma, fazer determinados exercícios (sempre conforme orientação profissional) pode ajudar na retomada de atividades comuns, como dirigir ou carregar as compras.
Os exercícios e, eventualmente, a fisioterapia são importantes também na prevenção dos linfedemas. Eles são uma complicação comum em mulheres submetidas à cirurgia nas mamas e nas axilas e têm como principal sintoma o inchaço dos membros do lado operado.
Já pacientes tratadas com quimioterápicos também podem conviver por meses ou mesmo anos com a chamada neuropatia periférica induzida pela quimioterapia. Entre outros sintomas, ela provoca dor intensa e sensação de dormência em braços e pernas. Isso, claro, merece avaliação e tratamentos específicos.
Seja como for, vale ter em mente que os benefícios da reabilitação física podem ser percebidos em diferentes estágios da evolução da paciente. Desde o diagnóstico até anos depois de finalizado o tratamento, a mulher pode procurar ajuda para os problemas que a estejam afetando com o intuito de minimizá-los.
No fim, a reabilitação física após o câncer de mama contribui para a manutenção de um patamar satisfatório de qualidade de vida. Isso engloba principalmente as possíveis manifestações que persistem mesmo com fim do tratamento. Logo, as pacientes podem ter acesso a recursos capazes de contribuir para a retomada de uma vida próxima daquela experimentada antes do diagnóstico.
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Que intervenções podem ser consideradas no processo de reabilitação física?
Embora a importância do processo de reabilitação física seja inegável, é comum que profissionais de saúde encontrem dificuldade para entender os possíveis benefícios de cada recurso nesse período, conforme já ressaltado.
Para preencher essa lacuna, uma revisão sistemática publicada em 2019 buscou entender qual o papel das principais abordagens durante a reabilitação. Uma revisão sistemática reúne e avalia outros estudos feitos sobre um tema específico.
Para isso, foram incluídas na avaliação apenas outras revisões sistemáticas já publicadas (ou seja, o artigo era, grosso modo, uma revisão das revisões). Após a análise do material, cinco grandes áreas de interesse no processo de reabilitação foram identificadas:
- Exercícios e atividade física.
- Medicina alternativa e complementar.
- Yoga.
- Tratamento dos linfedemas.
- Intervenções psicossociais (como psicoterapia, por exemplo).
No fim, os autores da revisão concluíram que as evidências disponíveis apontam para benefícios sólidos provenientes, sobretudo, da prática de exercícios físicos. As demais áreas avaliadas também apresentaram possíveis efeitos positivos para pacientes recuperadas. É preciso levar em conta que cada recurso pode ajudar a lidar com sintomas ou condições específicas.
Os exercícios físicos podem contribuir para a redução da fadiga e no risco de desenvolver linfedemas, por exemplo. Já yoga e práticas de medicina alternativa e/ou complementar podem ser importantes para a melhoria na qualidade de vida e na redução de sintomas ansiosos ou depressivos.
Dessa forma, as evidências reunidas no artigo vão ao encontro da necessidade de que a reabilitação após o câncer de mama seja moldada conforme as necessidades identificadas. Assim, médico e paciente podem discutir as preocupações existentes e as queixas notadas a cada passo da evolução após o fim do tratamento.
Que tal agora saber mais sobre como a medicação pode trazer benefícios para pacientes diagnosticadas com câncer de mama?