Quem faz quimioterapia, o que pode comer? Confira 5 recomendações para ajudar na alimentação
Mais do que entender o que quem faz quimioterapia pode comer, é importante adotar estratégias para manter a nutrição adequada nesse período
Embora fundamental para combater um câncer de mama, o tratamento quimioterápico pode trazer uma série de efeitos colaterais. Muitos deles podem afetar a capacidade da paciente se alimentar adequadamente. Logo, nesse período é comum surgirem dúvidas a respeito daquilo que quem faz quimioterapia pode comer.
Não é raro se deparar com informações desencontradas sobre evitar comidas ácidas ou se é permitido comer certos tipos de carne, por exemplo. De qualquer maneira, qualquer recomendação não deve ignorar que uma alimentação saudável, dentro do possível, pode ajudar a manter a disposição e acelerar a reparação do organismo.
A maior parte dos efeitos colaterais da quimioterapia é explicada pela toxicidade dos fármacos utilizados. Ao mesmo tempo em que agem para destruir as células cancerígenas, no meio do caminho eles também podem atingir tecidos saudáveis, fazendo com que o corpo manifeste uma série de desconfortos.
1. Tente manter uma dieta equilibrada
Para garantir o aporte adequado de nutrientes que o corpo precisa, uma dieta equilibrada deve ser composta por carboidratos, proteínas de origem animal ou vegetal, frutas, verduras e legumes. Esses alimentos também são ricos em vitaminas e minerais fundamentais para o funcionamento do organismo.
Se for difícil fazer refeições grandes, tente intercalar porções menores com lanchinhos nos intervalos. Nesse contexto, variar as escolhas também pode ajudar a garantir a ingestão adequada de alimentos. Desde castanhas e nozes até iogurtes e sorvetes, existem várias alternativas que podem contribuir para a manutenção de um estado nutricional adequado. Não se esqueça da água, já que a hidratação também é importante.
Por outro lado, o ideal é reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, que contêm grandes quantidades de sal, açúcar e gordura. Em geral, é fácil reconhecê-los: eles são produtos industrializados como salgadinhos, bolachas ou embutidos, entre outros. Tal restrição pode valer também para bebidas alcoólicas, sobretudo se houver orientação médica.
2. Cuide da segurança dos alimentos
A ação da quimioterapia pode enfraquecer o sistema imune e tornar o corpo mais suscetível à ameaça de diversos microrganismos, inclusive aqueles carregados por alimentos contaminados. Assim, cuide para que as refeições sejam preparadas de forma segura.
Portanto, lave sempre as mãos, mantenha os produtos refrigerados em temperatura apropriada e higienize adequadamente os vegetais. Ao mesmo tempo, evite preparações que levem carnes, laticínios ou ovos crus. Por fim, guarde adequadamente alimentos já preparados e não os deixe expostos à temperatura ambiente por muito tempo.
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3. Conheça formas de contornar determinados efeitos colaterais
Muitos efeitos colaterais da quimioterapia podem interferir na alimentação. A perda de apetite, por exemplo, tende a ser um dos mais comuns, mas não é o único. Dessa forma, é essencial conhecer formas de minimizar esses problemas.
Para pacientes que não sentem fome, distribuir as refeições em pequenas porções ao longo do dia mais ou menos no mesmo horário ajuda bastante. Além disso, investir na criatividade e tentar alimentos novos pode aumentar a ingestão alimentar.
Já quando o desconforto está relacionado ao enjoo e à náusea, o ideal é evitar comidas gordurosas e excessivamente condimentadas. Alimentos gelados e ácidos (como picolés de frutas cítricas, por exemplo) podem ajudar a reduzir o incômodo.
Dificuldades para mastigar e engolir, feridas na boca e alterações no paladar e no olfato também podem atrapalhar na alimentação. Adicionalmente, diarreia e constipação podem ser manejadas com ajustes na alimentação.
4. Informe-se a respeito de possíveis interações entre alimentos e medicamentos
Determinados alimentos podem interferir no efeito de alguns medicamentos utilizados na quimioterapia. Entre um dos exemplos mais conhecidos está o da grapefruit (também chamada de toranja), ainda que ela não seja tão comum no Brasil. Essa fruta, que se assemelha à uma laranja, pode cortar ou alterar a ação esperada de certos quimioterápicos. Algo similar pode acontecer com o chá verde, principalmente quando consumido em grandes quantidades.
Tal cuidado em relação com interações entre alimentos e medicamentos pode ser estendida a ervas ou compostos fitoterápicos. Na dúvida, procure esclarecimento profissional antes de utilizar qualquer produto com o qual você não estava habituada.
5. Tire dúvidas com seu médico ou nutricionista sempre que necessário
Por falar em ajuda profissional, médicos e nutricionistas podem fornecer recomendações adicionais sobre o que você pode ou não comer no período do tratamento quimioterápico. Além disso, eles ajudam esclarecer dúvidas sobre as melhores opções para lidar com os efeitos colaterais entre as sessões de quimioterapia. Dentro das possibilidades de momento, eles podem ainda reforçar a importância de manter-se fisicamente ativa. Exercícios contribuem para manter a disposição e reforçar o apetite.
Se estiver difícil manter uma rotina alimentar, esses profissionais devem indicar alimentos hipercalóricos e/ou hiperproteicos para ajudar na manutenção do estado nutricional apropriado. Outra possível recomendação são os suplementos alimentares desenvolvidos para contribuir com o aporte de calorias ou outros nutrientes. Existem diversas alternativas no mercado, então a orientação profissional é indispensável para encontrar a melhor opção caso a caso.
Mais importante do que entender o que quem faz quimioterapia pode comer é entender de que forma a alimentação pode contribuir com a manutenção de um patamar satisfatório de bem-estar nessa etapa. Entretanto, é preciso sempre ter em mente que a relação com a comida pode mudar e que flutuações de apetite e de peso são perfeitamente normais. Encarar as coisas dessa maneira pode evitar cobranças excessivas em relação a tal aspecto.
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