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Marcador ki-67

O que o marcador Ki-67 indica? Entenda sua influência no tratamento de um câncer de mama

Veja o que já se sabe sobre o Ki-67 e o que isso significa na prática no prognóstico de um câncer de mama.

A partir do momento em que um câncer de mama é diagnosticado, uma série de avaliações adicionais são feitas para delimitar características que vão orientar a melhor abordagem para cada caso, além de determinar perspectivas de prognósticos. É nessas horas que a paciente pode ser orientada a fazer um exame do marcador Ki-67.

Mas o que essa combinação de letras e números significa na prática? Diante da incerteza e da ansiedade que cada nova informação pode trazer nesse cenário, esse é mais um ponto que deve ser esclarecido com cuidado.

Como a proteína Ki-67 aparece no organismo?

O Ki-67 é um biomarcador de proliferação celular analisada a partir da avaliação imuno-histoquímica dos tecidos submetidos a uma biopsia. Isso leva em conta que ele costuma ser liberado mediante os processos de divisão celular que acontecem no nosso organismo a todo o momento. Ao mesmo tempo, ela não está presente em células que não estão se dividindo.

Portanto, considere que, em condições normais, toda a divisão feita para dar origem a novas células é algo bastante regulado no corpo. Logo, isso impede que grupos celulares que não precisam se multiplicar façam isso.

Entretanto, por uma série de fatores, essa organização pode desaparecer. É o que acontece, por exemplo, quando uma mutação específica no DNA gera uma instrução equivocada na proliferação celular. Dessa forma, pode ser que células antes saudáveis passem a se replicar desordenadamente. Grosso modo, é isso o que chamamos de câncer.

É aqui que o Ki-67 aparece: como ele dá as caras diante de processo de divisão celular, é esperado que uma disseminação descontrolada de células gere uma concentração anormal da proteína.

Veja também: O papel das assinaturas genômicas no tratamento de um câncer de mama

Como e quando essa análise é feita?

Como parte do processo de um diagnóstico de um câncer de mama, é esperado que o médico responsável pelo acompanhamento da doença solicite uma biópsia na região suspeita. Com isso, um pequeno fragmento do tumor é coletado (com uma agulha ou por meio de cirurgia) e enviado para o laboratório.

A partir disso, podem ser solicitados ao médico patologista uma série de exames que vão ajudar a confirmar o diagnóstico e delimitar aspectos das células cancerígenas que formam aquele tumor. Isso inclui os testes de imuno-histoquímica. Eles são capazes de determinar características moleculares essenciais para orientar a melhor opção de tratamento.

É nessa etapa que um teste do marcador Ki-67 costuma ser feito. Para isso, é utilizado um anticorpo específico, que na presença da proteína em questão se conecta a ele, deixando as células visíveis sob o microscópio. Ou seja, quanto mais proteína Ki-67, mais células serão “iluminadas”.

Esse é um outro tópico, mas taxas de progressão das células indicadas pelo Ki-67 fazem parte das características que definem se um tumor é luminal A ou B, por exemplo. Entram nessa avaliação ainda a presença de receptores hormonais e a expressão da proteína HER2.

O que o marcador Ki-67 pode indicar para médicos e pacientes?

Em geral, nos exames, os achados relativos à expressão da Ki-67 aparecem como uma porcentagem nos laudos patológicos. O número indica a quantidade de células da amostra analisada que contam ou não com a proteína.

De todo modo, valores acima de 30% são considerados altos. Em tese, isso indicaria que o câncer diagnosticado se espalha mais rápido e é mais agressivo que a média. No sentido oposto, porcentagens inferiores a 5% (em alguns casos, inferiores a 10%), apontam uma baixa concentração da proteína.

Seja como for, é preciso levar em consideração uma série de aspectos antes de considerar a aplicação prática desses resultados na conduta clínica. Dessa forma, a presença de grandes quantidades da proteína Ki-67 não deve ser considerada isoladamente, mas em conjunto a outros indicadores e evidências coletadas na análise do tumor diagnosticado.

Além disso, os cientistas ainda trabalham para determinar a importância de achados associados aos níveis da proteína Ki-67. Existem evidências sugerindo que altos patamares de tal marcador elevam a chance de sucesso de determinados tipos de tratamento (como quimioterapias neoadjuvantes). Estudos já indicaram também que a alta concentração de Ki-67 pode orientar a prescrição de certas classes de medicamentos em combinação com outras alternativas terapêuticas.

Entretanto, há quem sustente que até a falta de padronização para a realização da avaliação em laboratório pode atrapalhar a confiabilidade desses resultados e sua relevância clínica. Por isso, ainda são necessárias mais investigações para sustentar efetivamente de que forma a análise do marcador Ki-67 interfere diferentes quadros de câncer de mama.

Aproveite agora e veja quais as opções de tratamento mais utilizadas nos casos de câncer de mama triplo-negativo.

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