Blog

Mulher no chuveiro fazendo autoexame da mama

O papel do autoexame de mama no acompanhamento da saúde da mulher

O autoexame de mama pode ser uma iniciativa importante para o acompanhamento próximo de possíveis alterações nessa parte do corpo.

Por isso, as mulheres de todas as idades devem saber como deve ser feito esse tipo de procedimento, mas sempre com a ciência de que ele não substitui outras medidas de rastreamento de um câncer de mama, como as mamografias periódicas.

O passo a passo do autoexame da mama

Em resumo, o objetivo do autoexame é permitir que a condição geral da mama seja avaliada pela própria mulher, sobretudo para garantir que não há a presença de sinais e sintomas sugestivos de um tumor na mama. Entre os aspectos que devem ser motivo de atenção estão:

  • Mudança na forma ou na aparência das mamas (ou apenas de uma só).
  • Alterações nos mamilos, por conta de secreções ou afundamento da pele da região (mamilo invertido).
  • Enrugamento na pele que recobre os seios.
  • Nódulos sob a pele ou aprofundados no tecido mamário ou na região da axila, em especial quando eles são duros ao toque.
  • Sensação de inchaço ou dor nas mamas.
  • Vermelhidão e percepção de calor na pele de uma ou ambas as mamas.

Para alcançar tal objetivo, o processo do autoexame pode ser dividido em três momentos diferentes. Através de cada um deles é possível avaliar a mama e a região ao seu redor de maneiras distintas.

Na frente do espelho

Posicione-se em pé, na frente do espelho, com os braços esticados ao lado dos quadris. A partir disso, avalie se não há nenhuma alteração no formato, no tamanho ou na coloração das mamas.

Além disso, verifique se não há nenhuma mudança nos mamilos (como inversão, retração ou secreção) ou a presença de sinais de vermelhidão, descamação ou erupções na pele, além da presença de alguma área enrugada. Por fim, estique os braços para cima e avalie os mesmos aspectos.

Na posição deitada

Com o torso voltado para cima, o ideal nesse momento é examinar a mama esquerda usando a mão direita (e vice-versa). A posição ajuda a gravidade a espalhar o tecido da mama, tornando mais fácil a avaliação.

Com a ponta dos dedos, apalpe toda a área dos seios e da axila cuidadosamente em busca de sinais suspeitos. Para isso, pode ser necessário aplicar um pouco de pressão durante o processo. Os mamilos também podem ser examinados, principalmente para identificar se não há presença de fluidos.

Durante o banho de chuveiro

Nessa hora, use novamente a ponta dos dedos para analisar toda a condição da mama, assim como as axilas, em busca das mesmas alterações já destacadas (como nódulos ou mudanças na pele e nos mamilos).

Os movimentos podem ser os mesmos feitos com o corpo deitado, mas a presença da água pode facilitar o deslizar das mãos.

Quando o autoexame de mama deve ser feito

De maneira geral, mulheres de todas as idades podem fazer o autoexame da mama. Mas, por uma série de fatores, é esperado que as mamas tenham pequenas mudanças com o passar do tempo.

Elas podem ficar inchadas ou se tornarem mais sensíveis em determinados momentos do ciclo menstrual, por exemplo.

Dessa forma, para mulheres que ainda menstruam, pode ser indicado esperar até alguns dias depois do fim da menstruação para avaliar as mamas. Para aquelas já na menopausa, a referência para o intervalo adequado pode ser um dia específico do mês (dia 12, por exemplo), repetindo o exame sempre nessa data.

O momento de procurar ajuda especializada

Acima de tudo, é fundamental manter a calma ao se deparar com um nódulo ou qualquer outra alteração na mama. Existem inúmeras explicações para isso e parte delas indica a presença de quadros benignos. Muitas vezes eles se resolvem por conta própria.

No entanto, tal constatação não deve dispensar a necessidade de informar e conversar com um médico sobre o assunto. Tal orientação é relevante sobretudo quando o incômodo notado persiste por mais de dois ciclos menstruais ou parece piorar com o passar do tempo.

A partir de uma avaliação clínica cuidadosa, o profissional pode sugerir a realização de exames mais detalhados. Isso inclui recursos que captam imagens do tecido da mama (como mamografias, ultrassons ou ressonâncias magnéticas) ou mesmo uma biópsia.

Nesses casos, um pequeno fragmento da eventual lesão é removido e analisado em laboratório. Tal abordagem permite ao médico patologista determinar a natureza das células ali presentes, indicando se elas são malignas ou não.

Veja também: O que as microcalcificações na mamografia indicam

Os benefícios e dúvidas sobre o autoexame de mama

O autoexame da mama pode ser uma estratégia importante para agilizar o diagnóstico de um possível câncer de mama, principalmente quando combinado com o acompanhamento do rastreamento adequado.

No entanto, o autoexame como conhecemos hoje foi popularizado na década de 1950, em um período em que os mamógrafos modernos não existiam.

Portanto, com o passar dos anos, as evidências disponíveis passaram a indicar que a adoção do autoexame não faria tanta diferença nos diagnósticos e na redução da mortalidade. Pelo contrário: esse procedimento poderia trazer efeitos negativos, como o aumento de exames invasivos desnecessários e o incremento no estresse das pacientes.

Exemplo disso é uma revisão sobre o tema que reuniu os dados de quase 400 mil mulheres chinesas e russas. Foram comparados os dados entre grupos que faziam o autoexame regularmente e aqueles que não receberam tal orientação. No fim, nenhuma diferença significativa foi constatada no número de óbitos por câncer de mama.

Embora mais tumores tenham sido identificados nas mulheres russas, pacientes que faziam o autoexame de mama regular foram submetidas a duas vezes mais biópsias.

Desde então, a maioria dos órgãos competentes deixou de recomendar tal forma de cuidado, ressaltando principalmente que ele não substitui as mamografias regulares ou qualquer outra forma de avaliação clínica.

Assim sendo, a Sociedade Norte-Americana do Câncer aponta também que há poucas evidências de que o autoexame antecipe o diagnóstico em pacientes seguindo a orientação para a realização de mamografias regulares.

Os cuidados básicos com a saúde das mamas

Isso, claro, não significa abandonar a atenção com a saúde das mamas. O procedimento periódico por conta própria pode ser mantido, mas a conscientização sobre essa região do corpo pode ser acompanhada também por meio de toques regulares, sem o emprego de uma técnica específica sempre que a mulher se sentir confortável ou notar algo diferente no corpo.

No mais, diante de qualquer dúvida sobre a necessidade do autoexame de mama e a melhor abordagem para manter o rastreamento adequado, converse com seu médico. Mulheres com risco maior de desenvolver a doença podem precisar de acompanhamento mais próximo, por exemplo.

Os caroços na axila podem ser um achado comum, então saiba quando eles devem ser vistos como uma preocupação.

Sem comentário(s)
Comentar
Nome
E-mail
Website