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Verificando exame anatomopatológico do câncer de mama

Conheça as informações que estão presentes no resultado anatomopatológico do câncer de mama

O diagnóstico de um tumor geralmente depende da avaliação do resultado de mais de um exame, incluindo a biópsia. Com base nessa coleta, a análise laboratorial do material gera o chamado resultado anatomopatológico do câncer de mama.

O conteúdo desse laudo contribui tanto para a compreensão da natureza da enfermidade quanto para a indicação das abordagens terapêuticas mais adequadas. Cada caso é único e quanto maior a personalização da abordagem, maiores também as chances de sucesso na recuperação.

O processo de elaboração de um resultado anatomopatológico do câncer de mama

Imagine o seguinte cenário: uma mulher por volta dos 40 anos faz uma mamografia como parte do rastreamento habitual de um câncer de mama. Esse procedimento, vale ressaltar, é aquele realizado mesmo que a paciente não apresente qualquer sinal sugestivo da condição (como um nódulo palpável).

As imagens da mamografia podem revelar alterações no tecido mamário que demandam atenção. Por consequência, a partir dos achados visuais, ele pode sugerir a necessidade de uma investigação mais detalhada do que está acontecendo.

Nessas horas, a biópsia costuma ser um recurso importante para determinar se o que está sendo visualizado nas imagens tem natureza maligna.

Em resumo, uma biópsia é feita mediante a coleta de fragmentos do objeto suspeito, por meio de um procedimento relativamente simples, denominado core biopsia ou mamotomia. Ele é conduzido no próprio consultório, geralmente com anestesia local, e pode variar conforme o tipo de agulha utilizada, mas as complicações são raras.

Na sequência, o material é enviado para o patologista, especialista na análise de tecidos, órgãos e outros materiais orgânicos, para a análise de modificações que possam sugerir a presença de uma enfermidade. No fim do seu trabalho, o profissional apresenta o chamado relatório anatomopatológico.

Leia também: O papel das assinaturas genômicas no tratamento de um câncer de mama

As informações presentes nesse documento

Não existe um modelo exato para todo resultado anatomopatológico de câncer de mama. Tudo aquilo presente no documento pode variar conforme as circunstâncias, o que inclui:

  • a exigência de testes genéticos específicos;
  • a necessidade da análise imunohistoquímica do tumor;
  • as variações (inclusive na forma de apresentação do laudo e nas palavras e definições utilizadas) de acordo com o laboratório e o profissional responsável pela análise.

Além disso, a necessidade da realização de uma biópsia não implica necessariamente no diagnóstico de um câncer de mama. Achados benignos também são uma possibilidade e incluem desde a presença de tecido mamário normal até alterações como os fibroadenomas.

De todo modo, nas circunstâncias em que o material analisado for realmente indicativo de que há um tumor na mama, as informações apresentadas geralmente envolvem:

  • tipo de tumor, especialmente em relação ao local em que ele está alojado (se invasivo ou in situ, se concentrados nos ductos ou nos lóbulos);
  • tamanho da alteração, que ajuda a definir em que estágio a doença está;
  • a maneira como as células se proliferam e o grau do tumor, a partir do nível de diferenciação das células malignas daquelas consideradas saudáveis;
  • status dos receptores hormonais, que mostram se o tumor “reage” na presença dos hormônios.
  • status do HER2, para saber se as células expressam grande quantidade dessa proteína envolvida no crescimento das células cancerígenas;
  • eventual comprometimento dos linfonodos, se uma amostra (o linfonodo sentinela) dessas estruturas foi removida para a biópsia, o que costuma acontecer em caso de cirurgia prévia.

É claro que é desafiador interpretar essas e outras informações por conta própria. Portanto, para evitar a ansiedade desnecessária, o ideal é contar sempre com o suporte do mastologista de confiança para fornecer as orientações necessárias.

Os passos seguintes à obtenção do resultado

Com o laudo em mãos, a conversa entre médico e paciente pode ter o espaço necessário para esclarecer dúvidas a respeito dos próximos passos a partir dos resultados obtidos. Assim, é possível conhecer melhor quais as alternativas de tratamento disponíveis e as perspectivas de prognóstico.

Na maioria dos casos, o tratamento de um tumor mamário combina mais de uma abordagem (cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, entre outras) para eliminar o foco da doença e evitar que ela retorne.

Embora seja a neoplasia mais comum entre as mulheres (são mais de 70 mil casos por ano só no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer), a taxa de recuperação pode ultrapassar os 90%, sobretudo com o diagnóstico precoce.

Logo, o resultado anatomopatológico do câncer de mama é uma etapa essencial dessa jornada, providenciando informações indispensáveis no manejo adequado.

Saiba mais agora sobre a biópsia líquida, uma inovação que funciona como alternativa à técnica convencional em determinados contextos.

Médica mastologista especializada em reconstrução mamária. Além de sua prática clínica, Dra. Brenda atua como mastologista no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é preceptora da residência médica de Mastologia na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP) e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. | CRM-SP 167879 / RQE – SP Cirurgia Geral: 81740 / RQE – SP Mastologia: 81741

ps.in@hotmail.com

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