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Mulher analisando biópsia da mama de paciente após exame ser realizado

Para que serve a Biópsia das Mamas?

Biópsia é um exame minimamente invasivo que retira um fragmento de tecido do corpo como mamas, pele, pulmão, músculo, osso, fígado, rim, baço ou qualquer outro órgão do corpo.

Biópsia das Mamas serve para diagnosticar, tecidos suspeitos na mama, geralmente ele confirma ou afasta o diagnóstico do câncer de mama. Nem todo nódulo mamário será canceroso.

Um exame de imagem, como a mamografia ou ultrassom das mamas, pode identificar um tumor ou lesão de crescimento irregular.

A amostra removida durante a biópsia é analisada por um patologista. Se células cancerosas estão presentes, o patologista determinará o tipo de câncer de mama, ou seja, o tipo histológico e a partir deste resultado obtemos as características prognosticas e inmunohistoquimica das lesões tumorais.

Lembre-se, quanto mais cedo o câncer de mama for diagnosticado, maiores são as chances de cura. A biópsia é um exame importante na detecção precoce e na prevenção do câncer de mama.

Quando realizar a Biópsia?

O médico irá solicitar a biópsia quando houver suspeita de câncer de mama, após a análise clinica (exame físico) e de outros exames como a mamografia,  ultrassom ou ressonância magnética das mamas ou caso encontre algum nódulo durante o exame físico.

De acordo com a classificação de BI-RADS, imagens classificadas como categoria 4 ou 5 são indicações de biópsia. Achados em categoria 3 devem ser seguidos com intervalo curto de tempo, sem necessidade de amostra. Porém, pode-se optar por biopsiar a lesão em alguns casos especiais como desejo do paciente, fatores psicológicos, presença de múltiplos fatores de risco para câncer de mama, dificuldades de manter acompanhamento e necessidade de antecipação do diagnóstico (p. ex., transplantes, tumores sincrônicos).

O médico poderá solicitar a biópsia de tecido mamário ou do tecido cutâneo se a paciente apresentar alguns sintomas do câncer de mama como: caroços na mama que aparecem e crescem rapidamente, secreções sanguinolentas nos mamilos, formação de crostas, repuxamento da pele ou formação de escamas.

Cuidados pré-biópsia das mamas

A paciente deve ser questionada sobre alergias, uso de anticoagulantes (“Afinadores do sangue”) e antiagregantes plaquetários (como aspirina), além de históricos de sangramento. Quando possível e sem contraindicações, é solicitada a suspensão dos medicamentos que alteram a coagulação.

Não há indicação de tomar antibiótico antes ou depois desses procedimentos.

Como é feita a Biópsia das Mamas?

Existem vários tipos de biópsias e o médico irá analisar qual será utilizada em cada paciente, dependendo da localização, tipo e tamanho da lesão e histórico médico. Os principais tipos de biópsia para o diagnóstico de câncer de mama são apresentados a seguir.

Este procedimento pode ser guiado pela ultrassonografia, mamografia, ressonância ou na palpação clínica em tumores facilmente palpáveis.

Com exceção das biópsias cirúrgicas e guiadas, elas são realizadas em ambiente ambulatorial, no consultório, não precisando de internação.

Tipos de biópsia das mamas

Muitas pessoas têm dúvidas em diferenciar para que serve a Core biopsy, mamotomia, PAAF e biopsias cirúrgicas, a seguir explicamos cada uma delas, assim como outros tipos de biópsia:

Biópsia de aspiração por agulha fina (PAFF)

É realizada com uma agulha de calibre 20/21G acoplada a uma seringa para aspiração do tecido, sendo o posicionamento da agulha guiado por ultrassom, este tipo de amostra analisa celularidade (citologia) dos tecidos, geralmente indicado na aspiração de células de linfonodos axilares ou cistos e aspiração de conteúdo. Este procedimento é simples e sem necessidade de anestesia, pois é semelhante a uma injeção.

Biópsia por agulha grossa (Core Biopsy)

Consiste na retirada de fragmentos com uma agulha de calibre um pouco mais grosso que da PAAF, acoplada a uma pistola especial. O posicionamento da agulha de biópsia poderá ser guiado por mamografia ou estereotaxia, ultrassom ou ressonância.

A restrição desse procedimento se dá em lesões muito pequenas (menores que 1cm) ou com componente misto ou com líquido (solido-cístico) pelo risco da perda de local de biopsia após esvaziamento de conteúdo líquido.

Lesões muito próximas à parede torácica ou aderidas ao músculo peitoral, muito superficiais ou na pele ou próxima de estruturas nobres tipo vasos sanguíneos devem ser avaliadas com atenção: durante o disparo da agulha pela pistola, a agulha progride 2cm nos tecidos e, caso não seja avaliada corretamente, pode levar a complicações.

Biópsia do Linfonodo

Se os linfonodos axilares estão aumentados, eles serão verificados para a disseminação da doença, geralmente o estudo destes e via PAAF, mas em lesões onde precisamos de fragmentos de tecido para maior analise da lesão, usaremos core biopsy.

Mamotomia

Ou biópsia assistida a vácuo, é também uma biópsia de fragmento que utiliza um dispositivo à vácuo (de aspiração). A agulha é mais calibrosa que a utilizada na core biópsia, variando entre 9 a 13G. A amostra coletada com uma agulha 11G tem em média 100mg, demonstrando sua capacidade de mais excisão que a core biópsia.

O procedimento requer anestesia local e uma pequena incisão na pele para introdução da agulha, assim como na core biópsia.

Após o procedimento, é possível colocar um clipe no local biopsiado, permitindo melhor seguimento, especialmente nos casos em que há ressecção completa da lesão durante a biópsia.

Biópsia Cirúrgica

Dependendo do tamanho do nódulo, do histórico da mulher ou do tipo de alterações identificadas na mamografia, o médico pode ainda optar por fazer a biópsia recorrendo a uma pequena cirurgia. Nesses casos, a cirurgia é feita em um hospital com anestesia geral ou sedação e anestesia local e pode já incluir a remoção total do nódulo (biópsia excisional). Quando remove apenas uma área suspeita para o diagnóstico é chamada biópsia incisional.

Biópsia cirúrgica orientada

Está técnica depende da aplicação prévia de um fio metálico, também sob mamografia ou ultrassonografia. A biópsia é feita procurando a ponta do fio que deve estar ancorada na área suspeita.

A biópsia da mama dói?

A pesar do nome biópsia da mama lembrar de procedimento cirúrgico e doloroso, este costuma ser um procedimento ambulatorial, simples e geralmente indolor, pois é utilizada anestesia local.

Já na biópsia cirúrgica e ressecção de tecidos maiores, geralmente é utilizada anestesia geral ou sedação e anestesia local, podendo gerar maior desconforto no pós procedimento.

Ou seja, o procedimento de biópsia da mama, costuma ser indolor devido à anestesia, mas em alguns casos pode apresentar dor ou desconforto durante injeção do anestésico local. 

Cuidados após a Biópsia

Em sua grande maioria, os sangramentos são pequenos e são tratados clinicamente. Após a realização da biópsia, todos os pacientes devem ser submetidos a compressão manual local a fim de reduzir este risco de hematomas.

Após o procedimento, a paciente pode voltar à sua rotina normalmente mas deve-se evitar atividades extenuantes nas primeiras 24 horas e será recomendado também uso de analgésicos caso apresente dor.

Virtualmente, todos os tipos de biópsia podem ter infecção como complicação, apesar de essa condição ser muito rara, se ocorrerem sintomas como inchaço das mamas, sangramento no local, vermelhidão ou calor na pele, retorne ao seu médico para uma consulta.

Importância da biópsia de mamas

A identificação de lesões suspeitas na mama requer avaliação complementar por biópsia para o diagnóstico definitivo. Inicialmente, o padrão ouro para aquisição de material era a excisão cirúrgica. No entanto, como até 70 a 80% das lesões representam etiologias benignas, métodos novos com uma boa relação custo-eficácia foram investigados como alternativas à ressecção cirúrgica.

Como a acurácia e semelhante à biópsia cirúrgica, a biópsia percutânea (core e mamotomia) proporciona um diagnóstico geralmente definitivo, permitindo melhor planejamento para o tratamento e seguimento nas pacientes com suspeita ou com câncer de mama.

Em relação aos resultados benignos, propicia segurança no acompanhamento da lesão, sem os custos de um procedimento cirúrgico.

Lembre-se: Câncer de Mama tem Cura, não tenha medo de realizar a biópsia!

Referências:

– ACR Practice Parameter for The Performance Of Stereotactic-Guided Breast Interventional Procedures, 2016. Disponível em: https://www.acr.org/~/media/ACR/Documents/PGTS/ guidelines/Stereotactically_Guided_Breast.pdf?la=en. Acesso: novembro,2017.

– Ames V, Britton PD. Stereotactically guided breast biopsy: a review. Insights Imaging 2011; 2:171–176.

– Biópsia guiada por imagens de lesões não palpáveis da mama. In: Harris JR, Lippman ME,MorrowM, Osborne CK. Diseases of the breast. 5ª ed. Philadelphia: Wolkers Kluwer 2014. 196-209.

– Rocha RD, Pinto RR, Aquino D, Aires CS. Step-by-step of ultrasound-guided core-needle biopsy of the breast: review and technique. Radiol Bras 2013; 46(4):234–241.

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