Adenectomia de mama: o que é e características
A adenectomia de mama consiste na retirada total da glândula mamária, preservando-se a pele, aréola e mamilo. Entenda tudo sobre esta cirurgia aqui
Há alguns anos, a procura por informações sobre a cirurgia de adenectomia de mama cresceu. O termo tornou-se popular na mídia após a atriz Angelina Jolie divulgar que realizou o procedimento. Mas você sabe o que é a adenectomia?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é a forma mais comum de câncer no mundo.
O tratamento da doença envolve basicamente três tipos diferentes de cirurgias mamárias:
- Mastectomia
- Adenectomia
- Ressecção segmentar
A adenectomia ou adenomastectomia subcutânea, ou ainda, mastectomia subcutânea é uma mastectomia com ressecção de toda a glândula mamária, mas com preservação da pele ou mamilo e papila, seguida de reconstrução, geralmente com o uso de próteses definitivas ou expansores mamários retromusculares ou subcutâneas. Em alguns casos, pode-se usar retalhos miocutâneos associados para a reconstrução mamária, como são o músculo grande dorsal e músculo reto abdominal.
Para quem a adenectomia é indicada
No caso em que houve diagnóstico de câncer, a realização da adenectomia requer que o tumor seja pequeno e esteja localizado longe da pele, bem como da aréola e do mamilo. O procedimento é indicado também para pacientes com alto risco de desenvolvimento de câncer de mama.
Entre os motivos para considerar esse tipo de cirurgia, podemos citar:
- Mutações em genes BRCA BRCA1, BRCA2 e eventualmente em casos de TP53 e PALB2 detectados por meio de testes genéticos
- Histórico familiar de câncer de mama em diversos familiares próximos
- Radioterapia na região torácica antes dos 30 anos
- Câncer prévio em uma mama, principalmente em paciente com histórico familiar
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Entenda como é realizada a adenectomia de mama
É de fundamental importância esclarecer que a adenectomia não é indicada para todas as pacientes e que a conveniência da realização do procedimento deve ser amplamente discutida com o mastologista responsável pelo caso. Também é preciso ter em mente que qualquer tipo de procedimento cirúrgico implica em risco de complicações entre elas, rejeição da prótese decorrentes de infecção, sangramentos, necroses de retalhos remanescentes, dificuldade de cicatrização, sangramentos ou reação ao anestésico usado na cirurgia.
A adenectomia de mama é um procedimento delicado, uma vez que há a possibilidade de falta de irrigação sanguínea na pele e, principalmente, da papila. A preparação para a cirurgia necessita de jejum mínimo de 8 horas, sendo que comumente as pacientes ficam internadas por aproximadamente 24 horas para realização do procedimento. A anestesia geral com a utilização de bloqueios locais para dor após a cirurgia também costuma ser usada, assim como medicações analgésicas devem ser prescritas pelo médico após a alta.
Como em outros procedimentos é de suma importância comunicar ao mastologista a utilização de qualquer medicamento utilizado nos dias anteriores à cirurgia e também evitar a ingestão de álcool ou o uso de cigarros.
Normalmente, as pacientes submetidas a adenectomia de mama precisam permanecer com drenos cirúrgicos por aproximadamente 7 dias. O tempo de repouso pós-cirúrgico é de cerca de 30 dias, sendo fundamental para boa recuperação, assim como a realização adequada da troca de curativos e limpeza da área afetada.
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Impactos do procedimento
A adenectomia da mama é uma das opções de prevenção ao câncer de mama, no entanto, não pode ser considerada como única. Outras possibilidades de redução de risco, tais como a quimioprofilaxia e o rastreamento com exames de imagem devem ser levados em consideração.
Não podemos deixar de lado o entendimento da mama como um forte símbolo da feminilidade e os impactos psicológicos que a cirurgia pode acarretar para a paciente. Além disso, os riscos de perda de sensibilidade e complicações também devem ser avaliados. Por isso, a decisão de realização do procedimento deve ser tomada depois de ser amplamente conversada entre a paciente e familiares.
Todas as dúvidas devem ser dirimidas junto à equipe multiprofissional envolvida no caso, para oferecer todo o suporte psicológico necessário para a paciente. Caso você esteja preocupada com o risco de desenvolver câncer de mama, converse com seu médico a respeito. Com o auxílio dele, é possível fazer uma estimativa do risco levando em conta fatores como idade, fatores genéticos e histórico familiar.
Se você tiver um risco aumentado, além de intensificar os exames de rastreamento, é importante incluir atividades físicas na rotina, controlar o peso corporal e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, assim como o uso do cigarro.
Cuide da sua qualidade de vida e saiba que o câncer de mama tem cura!