Afinal, o que é uma adenose na mama? Essa lesão precisa ser tratada?
A adenose na mama é um tipo de lesão benigna com a qual muitas mulheres se deparam em exames de rotina, mas que não tende a elevar o risco de câncer
A adenose na mama é um achado relativamente comum durante exames de rotina. Embora benigna, esse tipo de lesão pode assustar quando alguns pontos sobre o diagnóstico não são esclarecidos.
Logo, é fundamental compreender melhor o que é uma adenose, como ela se forma, quais os possíveis sintomas e os métodos de diagnóstico disponíveis. Cabe entender melhor de que forma as adenoses podem estar associadas a uma chance maior de desenvolver um câncer de mama.
A definição de adenose na mama
A adenose na mama é uma formação que se origina a partir da proliferação das células dos lóbulos mamários. Assim, os lóbulos passam a contar com mais glândulas do que o habitual. Essas estruturas são responsáveis pela produção do leite materno durante o período de lactação da mulher.
Se parte desses lóbulos estiver suficientemente agrupado ou crescido o bastante, eles podem formar pequenos cistos. A partir disso, é possível que a mulher sinta algum tipo de nódulo na mama. Em geral, esse costuma ser um sinal de alerta para procurar um médico especialista.
Mais raramente, uma paciente com uma adenose na mama também pode experimentar dor nos seios. Quase sempre a dor é persistente e atinge uma região específica da mama, podendo piorar em períodos específicos do ciclo menstrual. É normal que mulheres só se deparem com adenomas nas mamas quando essas formações são encontradas em exames de rotina, como as mamografias.
Além disso, as adenoses podem estar acompanhadas de microcalcificações, depósitos de cálcio na estrutura da mama que podem ser explicadas por diversas causas (como adenomas, fibroadenomas e, em alguns casos, câncer de mama).
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A formação de adenose esclerosante
Uma adenose esclerosante é um tipo específico de adenose. Ela é caracterizada também pelo crescimento desordenado das células dos lóbulos mamários, acompanhados por um estroma fibroso com tecido mais denso e características que lembram uma cicatriz. Com isso, a estrutura dessa parte da mama fica distorcida. Isso, inclusive, faz com que a dor seja mais presente.
Apesar do nome, as adenoses esclerosantes também são lesões benignas da mama. Além disso, existem outros tipos de adenose esclerosante, que são a lesão esclerosante complexa e cicatriz radiada.
De forma resumida, essas formações são similares a uma adenose esclerosante mas tendem a ser maiores e confundidas com mais frequência com um câncer. Quando um achado supera 1 centímetro de extensão, ele é chamado de lesão esclerosante complexa e quando está abaixo de 1 centímetro, recebe o nome de cicatriz radial, chamada de cicatriz devido a imagem que surge na mamografia ao ser achado.
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O diagnóstico e a necessidade de tratamento de uma adenose na mama
Embora apresentem sintomas em alguns casos e possam aparecer em mamografias, as biópsias costumam ser um recurso indispensável para o diagnóstico adequado de uma adenose na mama. Portanto, podem ser utilizados os seguintes métodos para coletar um fragmento de tecido:
- Core biópsia, que utiliza uma agulha grossa para remoção do tecido;
- Biópsia estereotáxica da mama, na qual o procedimento é auxiliado por um mamógrafo;
- Biópsia a vácuo ou mamotomia, onde um pequeno corte é feito para guiar uma agulha grossa até o local de remoção do tecido.
No mais, nos casos em que a biópsia não for possível, a paciente pode ser submetida a uma pequena cirurgia para remoção do tecido.
Quando uma adenose é diagnosticada, geralmente não é preciso submeter a paciente a nenhuma intervenção. Contudo, para os casos em que há sintomas presentes, como ondulação palpável na presença de cicatriz radiada, uma cirurgia pode ser indicada para remoção do achado.
Não há consenso na literatura a respeito sobre a forma como as adenoses estão associadas a um maior risco de desenvolver um câncer de mama. De todo modo, a American Cancer Society aponta que algumas mulheres com o quadro podem apresentar uma pequena elevação na chance de ter uma neoplasia maligna no futuro.
Em todo caso, a adenose na mama não é uma lesão precursora (ou seja, ela não se transforma num câncer). A sua presença seria um marcador do risco de desenvolver a doença no futuro, indicando a necessidade de reforço no cuidado e no acompanhamento da condição da saúde das mamas.
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