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Médica explica o procedimento de mamografia para uma paciente

Nova orientação recomenda que avaliação de risco de câncer de mama seja feita aos 25 anos

A avaliação de risco de câncer de mama ajuda a determinar medidas para um diagnóstico precoce em mulheres com maior chance de desenvolver a doença

A detecção precoce de um tumor na mama contribui para que a doença tenha um melhor prognóstico, reduzindo a mortalidade. Dessa forma, é preciso reforçar as estratégias que permitem identificar a presença da neoplasia ainda em estágios iniciais. Isso passa, por exemplo, pela avaliação de risco de câncer de mama.

Nesse sentido, de acordo com a nova recomendação do Colégio Norte-Americano de Radiologia, todas as mulheres devem ser submetidas a uma avaliação de risco para um câncer de mama aos 25 anos. A orientação tem maior peso para pacientes negras ou de ascendência judaica asquenaze, populações com maior chance de desenvolve a doença. A partir disso, o médico responsável pode fornecer a melhor orientação sobre as ações de rastreio recomendadas.

O rastreio e o diagnóstico precoce do câncer de mama

Antes de entender o que a nova recomendação pode significar na prática, vale repassar de que forma funcionam diferentes estratégias de detecção de um câncer de mama. Não é raro que esse assunto gere incerteza entre mulheres. Assim, a detecção de um câncer de mama em estágios iniciais pode acontecer por meio de dois mecanismos: o rastreamento e o diagnóstico precoce.

  • O diagnóstico precoce é aquele feito a partir do momento em que a paciente tem sinais e sintomas sugestivos da doença ainda em estágio inicial e faz exames para confirmar a suspeita.
  • O rastreamento é realizado por meio de exames aplicados (como a mamografia, por exemplo) em determinado grupo sem qualquer suspeita da doença. Nesses casos, quando possíveis alterações são identificadas, investigações adicionais são feitas para confirmar ou excluir a possibilidade da presença de um câncer de mama.

Se por um lado o rastreamento contribui para que o câncer de mama seja identificado ainda no início, por outro, especialistas discutem a efetividade dessas ações em certos contextos.

Isso se dá pelo fato de que se aplicado sem critério, iniciativas de rastreamento podem levar a muitos falsos-positivos. Diante disso, é comum que a mulher passe por novos procedimentos. Além de demandarem mais tempo e dinheiro, eles podem ser mais invasivos (como é o caso de uma biópsia, por exemplo) e gerar mais ansiedade.

Em tal contexto, as recomendações sobre a idade adequada para começar o rastreamento variam. No Brasil, por exemplo, o Ministério da Saúde indica os 50 anos como o patamar para que a mamografia seja feita anualmente. Entretanto, outras entidades já apontam os 40 anos como a idade apropriada para o início do rastreamento.

As novas recomendações sobre a avaliação de risco de câncer de mama

A avaliação de risco de câncer de mama envolve a análise de uma série de fatores que podem predispor a paciente a uma chance maior de desenvolver a doença no futuro. É nesse ponto que a orientação do Colégio Norte-Americano de Radiologia foca ao indicar os 25 anos para tal abordagem. Se após a avaliação for constatado que há um risco acima da média para um câncer de mama, o médico pode sugerir que o rastreamento comece antes que o recomendado.

As ações de avaliação de risco de câncer de mama envolvem o uso de diferentes ferramentas e recursos para determinar se há uma maior chance de desenvolver a doença. É possível, por exemplo, fazer testes genéticos e, com o resultado em mãos, passar por um aconselhamento. De todo modo, esse tipo de solução tem sempre prós e contras, que devem ser pensados com cuidado.

Em uma situação hipotética, uma paciente que tem identificada mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, e diante de paciente de alto risco de desenvolver câncer, poderão ser orientadas a combinar as mamografias periódicas com ressonâncias magnéticas já entre os 25 e 30 anos. Recomendações similares podem ser feitas para:

  • Pacientes de determinadas etnias (negras ou judias asquenaze, como já destacado).
  • Quem teve exposição à radiação no tórax antes dos 30.
  • Quem tem histórico familiar da doença.
  • Quem já teve alterações na mama identificadas, mesmo que não cancerígenas (como atipias das células do tecido mamário, por exemplo).

Saiba mais: Em que situações a retirada dos ovários ajuda na redução do risco de um câncer de mama?

O que deve considerado para a avaliação de risco de câncer de mama

Embora a recomendação do Colégio Norte-Americano de Radiologia seja ampla, a decisão sobre a necessidade e a viabilidade de fazer uma avaliação de risco para o câncer de mama aos 25 anos passa por uma conversa com o médico de sua confiança. Nessa discussão devem ser levados em conta aspectos como:

  • Histórico familiar de câncer de mama ou de outros tipos de tumor (de ovários, por exemplo).
  • Qualquer alteração genética previamente identificada.
  • Resultados de biópsias feitas anteriormente.
  • Histórico de tratamentos usando radiação no tórax ou no rosto antes dos 30 anos.
  • Densidade das mamas.
  • Peso corporal e nível de atividade física.
  • Regularidade na ingestão de álcool, tabagismo e hábitos alimentares.
  • Ter tido ou não uma gestação até o final e ter ou não amamentando.

Com tudo isso, se a avaliação de risco de câncer de mama apontar para chance maior do que a média de desenvolver a doença, orientações apropriadas sobre quando começar ações de rastreio serão dadas pelo médico. Em alguns casos, podem ser introduzidas também opções de profilaxia. Assim, é possível ampliar a chance de um diagnóstico precoce e reduzir o risco de mortalidade devido a esse problema.

Aproveite e saiba mais sobre o papel dos testes genéticos e veja quando é realmente necessário fazê-los.

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