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O impacto do câncer de mama no Brasil

Os tumores mamários são os mais comuns entre as pacientes do sexo feminino em boa parte do mundo. Eles representam cerca de 12,5% dos casos entre todos os tipos de câncer em todo o planeta. Logo, é esperado que a incidência do câncer de mama no Brasil também seja grande.

No país, além de ser o tipo mais comum dessa doença entre as mulheres (com exceção do câncer de pele não-melanoma), o câncer de mama também ocupa o posto de primeira causa de mortalidade por tumores malignos entre pacientes de todas as idades.

Tais números podem ser um alerta importante para fortalecer medidas de prevenção e de diagnóstico precoce, que fazem bastante diferença no sucesso dos tratamentos disponíveis contra essa condição.

As estimativas de casos de câncer de mama no Brasil

De acordo com Instituto Nacional do Câncer (o Inca), no triênio que compreende os anos de 2023, 2024 e 2025, são esperados mais de 704 mil casos de câncer em todo Brasil ao ano. Desse total, 31% dizem respeito aos quadros de câncer de pele não-melanoma. Em seguida, aparece o câncer de mama, com mais ou menos 10% dos registros.

Na prática, isso significa que apenas no ano de 2023 foram diagnosticados mais de 73 mil novos casos de câncer de mama. Portanto, levando em conta o tamanho da população feminina, isso representa uma taxa bruta de pouco mais de 66 diagnósticos do tipo a cada 100 mil mulheres.

Com relação a mortalidade, cujos dados disponíveis datam de 2021, o país registrou no período mais de 18 mil óbitos pela enfermidade. Com isso, a incidência calculada foi de 11 mortes por conta dessa doença a cada 100 mil mulheres.

Tomando como referência os números globais, é possível notar uma tendência de aumento no número de casos da doença de uns tempos para cá, embora a mortalidade venha caindo em determinados contextos. Além disso, em média a incidência da doença costuma ser maior nos países desenvolvidos, por uma série de fatores que nem sempre são fáceis de isolar um dos outros.

Ainda assim, persistem disparidades socioeconômicas que fazem com que determinados grupos sejam mais afetados pela mortalidade decorrente da doença.

Saiba mais: Nova orientação recomenda que avaliação de risco de câncer de mama seja feita aos 25 anos

O possível aumento de quadros graves da doença

Outro aspecto que preocupa quando se discute o impacto do câncer de mama no Brasil é o atraso no diagnóstico, situação que parece ter se agravado durante a pandemia de Covid-19, principalmente no sistema público de saúde. Tal situação se refletiu em um levantamento publicado em 2023.

  • Antes da pandemia, o número de casos graves de câncer de mama (aqueles nos estágios III e IV) diagnosticados em mulheres entre os 50 e os 69 anos foi de 40% do total.
  • Já entre 2020 e 2021 tal índice foi de 51%.
  • Ou seja, nessa comparação é possível constatar que os diagnósticos de casos graves aumentaram cerca de 27,5%.

Isso provavelmente piorou a assistência oferecida no tratamento e demandou mais intervenções para conter a doença, incluindo cirurgias mais invasivas ou mais abordagens adjuvantes ou neoajudvantes.

As medidas de rastreamento contra o câncer de mama são feitas principalmente com a aplicação de mamografias em mulheres que não apresentaram qualquer sinal ou sintoma da doença. Assim, é possível diagnosticar tumores em estágios iniciais, quando a chance de cura supera os 90%.

De forma geral, o ideal é que a primeira mamografia seja feita a partir dos 40 anos. Contudo, pode haver recomendações específicas (conforme histórico familiar ou alterações genéticas previamente identificadas).

Assim, lidar de forma mais eficiente com o câncer de mama no Brasil passa por reforçar as ações de rastreamento que permitam que possíveis alterações no tecido mamário sejam avaliadas da forma mais precoce possível, ampliando as chances de prognósticos positivos.

Agora veja por que os casos de câncer de mama entre pacientes jovens vem se tornando mais frequentes.

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