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Mulher sentada na cama cansada

O cansaço durante o tratamento de câncer de mama é comum? Dicas para reduzir a fadiga

Embora seja algo relativamente comum, é possível adotar soluções para minimizar o cansaço durante o tratamento de câncer de mama

O cansaço durante o tratamento de câncer de mama é um dos principais sintomas relativos a esse tipo de tumor, que é o mais prevalente entre as mulheres. Dependendo do grau de fadiga gerado pela condição, isso tem um impacto significativo na qualidade de vida. Logo, isso deve receber atenção apropriada.

No mais, vale sempre considerar que parte dessas mulheres manifestaram tal sintoma mesmo depois de encerrado o tratamento. Embora ainda não se saiba muito a respeito do que exatamente provoca o cansaço relatado pelas pacientes, é importante entender melhor como esse tipo de fadiga se manifesta, o quão frequente ela é e o que pode ser feito para minimizar seus impactos.

Como o cansaço extremo aparece durante o período de tratamento?

A fadiga provocada pelo tratamento do câncer de mama aponta para algo diferente daquilo que a maioria de nós sente após um dia extenuante: em geral, pessoas saudáveis se recuperam após uma noite de sono e descanso apropriado. Pessoas com câncer, por sua vez, tem uma propensão a se sentirem esgotadas de forma mais rápida e se tornam incapazes de se recuperar mesmo após um período de repouso. Isso, pouco a pouco, afeta a rotina, interferindo em diferentes âmbitos da vida, do trabalho aos eventos sociais.

Além de ser uma experiência altamente subjetiva, não se sabe bem como o câncer de mama e os tratamentos necessários para superá-lo contribuem para os quadros de fadiga generalizada relatados por muitas pacientes.

É provável que mais de um fator contribua de forma simultânea para esse sintoma, levando em conta aspectos da própria fisiologia da doença, dos efeitos colaterais dos tratamentos ou mesmo de condições psicológicas associadas ao diagnóstico de câncer, que quase sempre é acompanhado por um forte impacto emocional.

No que diz respeito aos tratamentos, é esperado que quimioterapia, radioterapia e cirurgias (intervenções mais comuns nos quadros de câncer de mama) provoquem quadros de fadiga em diferentes graus. As razões para isso também são variadas.

Em um primeiro momento, o organismo pode promover um esforço adicional para reparar células saudáveis que tenham sido destruídas junto com as células do tumor. Além disso, é natural que o corpo dedique mais energia tentando reparar esses e outros danos provocados pelo tratamento.

No mais, efeitos colaterais do tratamento, como enjoos e vômitos e perda de apetite, podem provocar prejuízo ao estado nutricional, provocando ou agravando a sensação de cansaço.

O quanto isso é comum?

A fadiga é o efeito colateral mais comum relatado em relação a maioria dos tratamentos para diferentes tipos de câncer, não só aqueles nas mamas. Assim, é esperado que pacientes que passam por sessões de quimioterapia ou radioterapia relatem algum grau de desconforto. Além disso, no sentido oposto, o próprio tumor pode ter no cansaço acentuado um sintoma da sua manifestação, principalmente em quadros mais avançados.

Em relação ao câncer de mama, de acordo com o estudo consultado, é possível encontrar estudos que indicam prevalências de quadros de fadiga que oscilam entre 80% e 100% das pacientes. No mais, não é raro que mesmo pacientes recuperadas continuem se queixando do cansaço meses após o encerramento do tratamento. Uma revisão de literatura sobre o tema aponta que cerca 30% das pacientes apontam um grau de cansaço severo um ano após o tratamento e 20% ainda relatam esse sintoma 10 anos após a finalização do tratamento.

A mesma revisão aponta que uma série de fatores demográficos e fisiológicos estão associados a uma prevalência maior da fadiga. Entre os aspectos demográficos estão a idade e a baixa renda. Em relação aos aspectos físicos, os mais associados ao cansaço são a presença de comorbidades, sedentarismo, obseidade e aspectos psicológicos, como aqueles associados a graus elevados de estresse, distúrbios do sono e sensação de solidão.

O que pode ser feito para minimizar esse cansaço?

Diante da prevalência desse sintoma na maior parte das opções de tratamento, é esperado que algum grau de fadiga seja experimentado pela paciente ao longo de sua jornada. Por isso, é fundamental que o médico seja informado sobre essa sensação.

Todo o impacto causado pela indisposição deve ser avaliado para entender de que forma ele está afetando a rotina e a qualidade de vida. A partir disso, o profissional de saúde pode investigar o que provavelmente está provocando o problema e orientar a respeito das possibilidades para aliviar as condições associadas ao desconforto. Isso pode incluir a introdução de determinados medicamentos, o reforço de medidas de autocuidado ou mesmo a indicação da necessidade de suporte psicológico.

1. Intervenções farmacológicas

Nessa estratégia, a recomendação dependerá da presença de determinados quadros associados à fadiga. Pacientes que sofrem de anemia, por exemplo, se beneficiam de medicações que estimulam a medula óssea a produzir glóbulos vermelhos.

Em pacientes com quadros de depressão ou ansiedade, antidepressivos, ansiolíticos ou hipnóticos podem ser úteis. Eles ajudam no sono e na promoção do apetite, contribuindo para o descanso e para a manutenção de um estado nutricional adequado. Ao mesmo tempo, é importante fazer um manejo adequado da dor, se houver. Nesse caso, é preciso considerar que muitos analgésicos podem ampliar a sensação de fadiga ou provocar sonolência. Mais uma vez, a avaliação médica criteriosa é fundamental.

2. Reforço no autocuidado

Muitos hábitos que podem ser mantidos no dia a dia, de forma relativamente simples, podem fazer toda a diferença no alívio da fadiga. Entre essas estratégias para fortalecer o autocuidado estão:

  • Prática regular de exercícios físicos (tentar caminhar já ajuda);
  • Práticas como meditação ou yoga;
  • Hidratação adequada;
  • Alimentação balanceada (com introdução de suplementos alimentares, se for indicado);
  • Descanso apropriado;
  • Adotar medidas de higiene do sono;
  • Reconhecer que atividades agravam a sensação de cansaço;
  • Deixar de lado atividades não tão importantes.

Leia também: 6 dicas para cuidar da saúde mental durante tratamento de câncer de mama

3. Apoio psicológico

Uma vez que problemas de ordem psíquica podem agravar a sensação de cansaço, contar com o apoio de um psicólogo (a abordagem cognitivo comportamental costuma ser a mais indicada) pode ajudar a paciente a entender e a mudar determinados padrões de comportamento que podem estar associados ao quadro de fadiga.

Ao contar com o espaço das sessões de psicoterapia, quem sofre com o problema pode aprender a gerenciar melhor o estresse inerente ao tratamento do câncer, lidar com os medos e angústias que cercam esse período da vida e fortalecer a esperança e o otimismo em relação ao sucesso do tratamento. Com o tempo, isso pode ajudar na redução da sensação de fadiga.

Por mais comum que seja o cansaço durante o tratamento do câncer de mama, isso não significa abandonar qualquer expectativa de qualidade de vida e o mínimo de conforto nessa etapa. Além disso, é sempre importante considerar os próximos passos e de que forma é possível prevenir para que a presença desse sintoma interfira de forma incontornável no dia a dia da paciente.

Para saber mais, aproveite veja como é feita a radioterapia nas mamas durante o tratamento do câncer.

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