Diagnóstico, tratamento e possíveis prognósticos de um carcinoma coloide de mama
Bem menos conhecido que outros tipos de tumores, um carcinoma coloide de mama (também chamado de carcinoma mucinoso) responde por cerca de 2% de todos as neoplasias nessa área do corpo.
Dessa forma, ele é classificado como um tipo especial de tumor na mama. Na prática, isso significa que a evolução e a distribuição das células cancerígenas assumem uma aparência diferente do que seria esperado em casos convencionais de câncer.
Assim, pode haver influência sobre a forma como a doença se manifesta ou aparece nos exames utilizados no processo de diagnóstico, conforme destacado nos tópicos abaixo.
A definição de um carcinoma coloide de mama
Em linhas gerais, um carcinoma coloide da mama é um tipo raro de câncer de mama ductal invasivo. Tal classificação compreende os tumores que se desenvolvem a partir dos ductos mamários (estruturas responsáveis pelo transporte do leite durante o período de amamentação) e se infiltram nos tecidos adjacentes à medida que a doença progride.
Contudo, do ponto de vista histológico (ou seja, quando se analisam as células que formam o tumor) um carcinoma coloide de mama tem como principal característica a presença de células envolvidas por uma substância chamada de mucina, o que explica o termo alternativo “carcinoma mucinoso”.
Em resumo, a mucina tem como principal função a formação do muco. Ele tem consistência pegajosa e recobre determinados tecidos epiteliais de diversas partes do corpo. Além disso, tal elemento também está presente na evolução de um tumor na mama. A partir disso, a doença pode ser classificada como:
- Carcinoma coloide de mama do tipo puro, em que o tumor é composto por mais de 90% de mucina.
- Carcinoma coloide de mama do tipo misto, em que há maior extensão de células tumorais não envoltas por mucina e, portanto, uma menor quantidade de mucina extracelular.
Em geral, carcinomas coloides tendem a atingir com maior frequência mulheres já na pós-menopausa. A literatura médica sobre o assunto aponta que eles são ainda mais raros em pacientes abaixo dos 35 anos.
Como acontece com outros tumores, não há causa específica determinada para um câncer do tipo. Ele é resultado de uma interação complexa de fatores, que se acumulam ao longo da vida e elevam o risco de que a enfermidade se desenvolva.
Os sintomas e métodos de diagnóstico desse tipo de tumor
Em um primeiro momento o avanço desse tipo de tumor tende a ser silencioso. A progressão costuma ser lenta, mas a evolução do nódulo pode torná-lo perceptível ao toque em algum ponto do desenvolvimento.
Logo, no momento do diagnóstico podem ser identificadas grandes nodulações devido a produção de mucina. Alterações no mamilo e na pele da mama também são notadas eventualmente.
A maioria das pacientes acaba tendo esse tumor identificado na avaliação clínica na forma de um nódulo palpável ou em mamografias de rotina. Nesse exame de imagem, o carcinoma coloide de mama é visualizado como uma lesão bem delimitada, regular, com margens definidas e lobuladas.
Já na ultrassonografia, ele aparece uma massa complexa com áreas sólidas e líquidas. Por fim, é possível notar um realce heterogêneo e alta intensidade em T2 com o emprego da ressonância magnética.
Diante dessas alterações, o médico responsável pela avaliação pode solicitar outros exames para identificar a natureza do tumor. Isso inclui a biópsia da lesão, que costuma ser indispensável.
Nesse procedimento, um pequeno fragmento do tecido da mama é removido. Em seguida, o material é examinado por um médico patologista, que é capaz de determinar a natureza e as características da formação, indicando se ela é ou não um carcinoma coloide.
Confira também: O que as microcalcificações em uma mamografia podem indicar?
O que a paciente pode esperar do tratamento para um carcinoma coloide
A cirurgia costuma ser a primeira linha de abordagem do carcinoma mucinoso. A extensão do procedimento dependerá do tamanho da alteração.
Tumores menores podem ser removidos com uma margem segura através de procedimentos conservadores, enquanto aqueles com maior extensão tendem a exigir uma mastectomia. A investigação dos linfonodos da axila também é normalmente indicada para investigar uma possível progressão da doença.
Adicionalmente, pode ser necessário introduzir tratamentos adjuvantes. Eles têm como objetivo eliminar possíveis resquícios de células cancerígenas depois da terapia principal (no caso, a cirurgia). Hormonioterapia, sessões de radioterapia e, eventualmente, a quimioterapia são alguns dos recursos utilizados nessa fase, conforme as características do quadro.
Em geral, quanto maior a quantidade de mucina envolvendo as células, melhores os prognósticos. Com isso, um estudo publicado no Breast Cancer Research and Treatment avaliou mais de 11 mil casos do tipo puro e mostrou que a sobrevida livre de doença em um período de cinco anos pode alcançar os 94%.
Isso significa que mais de nove a cada dez mulheres não apresentam recidivas ou complicações nesse intervalo após o diagnóstico. Ou seja, tal indicador demonstra a possibilidade de obter sucesso com os tratamentos disponíveis, sobretudo quando o carcinoma coloide da mama recebe a abordagem apropriada precocemente.
Aproveite e entenda agora as características de um tumor filoide da mama, outro tipo de alteração rara nessa região do corpo.