O que é e como funciona o tratamento de um carcinoma papilífero de mama?
Um carcinoma papilífero de mama é uma forma relativamente rara de câncer de mama. No entanto, com o devido tratamento, o prognóstico costuma ser bom.
O carcinoma papilífero da mama é uma manifestação rara do câncer mamário, respondendo por cerca de 0,5% de todos os casos diagnosticados. Embora igualmente incomum em todas as faixas etárias, ele tende a atingir com mais frequência mulheres que já atravessaram a menopausa.
Ainda que possam ser invasivos, com o diagnóstico e o tratamento adequados, a maioria das pacientes diagnosticadas com um carcinoma papilífero da mama alcança a remissão da doença. De todo modo, conhecer as principais características desse tipo de câncer de mama é essencial, inclusive para facilitar a busca precoce por ajuda.
Quais as principais características de um carcinoma papilífero de mama?
Os carcinomas papilíferos são tumores que começam a se desenvolver nos ductos mamários (responsáveis por levar o leite materno dos lobos das mamas até os mamilos nos períodos de lactação) a partir da evolução irregular de células com características específicas dos tecidos dessa área do corpo.
Além disso, os carcinomas papilíferos podem ser classificados conforme a área afetada pela proliferação das células cancerígenas que formam o tumor. Dessa forma, as lesões identificadas podem ser categorizadas como um:
- Carcinoma papilífero da mama invasivo;
- Carcinoma papilífero da mama in situ;
- Carcinoma papilífero da mama intracístico/encapsulado.
Em resumo, tumores invasivos são aqueles tumores que se espalharam além do local inicial de disseminação da doença. Já os carcinomas in situ permanecem no interior do ducto mamário. Por fim, o carcinoma papilífero intracístico/encapsulado é aquele que cresce dentro de cistos mamários.
Ao mesmo tempo, é importante não confundir os carcinomas papilíferos com algumas lesões benignas da mama, como os papilomas intraductais. Entretanto, no longo prazo, a presença de múltiplos papilomas benignos (sobretudo com hiperplasias atípicas) podem desencadear uma chance maior de desenvolver a doença, o que pode merecer um acompanhamento especializado específico.
Quais os sintomas e formas de diagnóstico desse tipo de câncer de mama?
Um carcinoma papilífero compartilha muitos sinais e sintomas com outras formas de câncer de mama. Assim sendo, a paciente pode perceber nódulos no tecido mamário. A presença de secreções pelo mamilo são outra alteração comum. Elas podem ser sanguinolentas ou transparentes, lembrando água. No mais, é possível observar também:
- Espessamento, vermelhidão ou descamação da pele da mama;
- Alterações no formato da mama;
- Inversão ou retração do mamilo;
- Dores ou inchaços na mama.
Vale reforçar que os sinais e sintomas de qualquer tipo de câncer de mama variam caso a caso. Então é importante que a mulher fique atenta às alterações do seu corpo e procure ajuda especializada sempre que notar modificações que despertem qualquer preocupação.
No mais, muitas lesões (sejam elas malignas ou benignas) não provocam nenhum desconforto e só são percebidas em exames de rotina. De qualquer forma, mamografias e ultrassonografias nem sempre são eficientes em captar esse tipo de alteração ou determinar suas características.
Por isso, o médico pode solicitar uma biópsia para confirmar a natureza do achado do exame de imagem. Nesse tipo de procedimento, um fragmento do tecido mamário é coletado com uma agulha ou uma pequena incisão e enviado para análise laboratorial feita por um médico patologista. Ele investigará a natureza das células da lesão e determinará se ela é benigna ou maligna.
Confirmado o diagnóstico, a paciente também pode ser avaliada com relação a outros aspectos necessários ao estadiamento do tumor, além de características referentes ao status de receptores hormonais ou de expressão da proteína HER2.
Saiba mais: Como tumores HER2+ devem ser tratados em estágios iniciais e metastáticos?
Quais as alternativas de tratamentos disponíveis para um carcinoma papilífero de mama?
A partir das características do tumor, o médico definirá a melhor conduta para lidar com o carcinoma papilífero de mama. A cirurgia costuma ser a primeira linha de tratamento na maioria dos casos.
Embora a preferência seja quase sempre por uma intervenção conservadora, em determinadas circunstâncias a paciente pode ser submetida a uma mastectomia. Na presença de tumores invasivos, o médico pode avaliar também a necessidade de ressecção dos linfonodos, para saber se o câncer se espalhou nessa direção.
Em complemento à cirurgia, pode haver ainda a indicação de sessões de quimioterapia e radioterapia, além da introdução da hormonioterapia (sobretudo quando as células do tumor expressam receptores com afinidade com o estrogênio) ou terapias-alvo. Todas essas alternativas têm como objetivo reduzir o risco de que a doença volte.
Seja como for, quanto mais cedo o tratamento começar, maior a chance de recuperação de um carcinoma papilífero de mama. Considerando isso, os desfechos desse tipo de quadro costumam ser similares daqueles de outras formas de câncer de mama, com taxas de recuperação e sobrevida parecidas.
Veja agora o que você precisa saber sobre os carcinomas lobulares invasivos, um tipo mais comum de câncer de mama.