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Cicatriz devido a retirada da mama

Como é feita a cirurgia de mastectomia?

A mastectomia tem indicação para pacientes com alto risco familiar de câncer de mama e para mulheres com mutação em determinados genes. Entenda aqui como é feita a cirurgia de mastectomia

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que em cada ano do triênio 2020-2022, sejam diagnosticados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama. Esse número corresponde a uma estimativa de risco de 61,61 novos casos a cada 100 mil brasileiras.

Entre as possibilidades de tratamentos cirúrgicos para o câncer de mama, sem dúvida a mastectomia é a mais conhecida da população em geral. Mas, você sabe em que situações a cirurgia de mastectomia é indicada?

Segundo a American Cancer Society, a mastectomia é opção para pacientes que não podem fazer cirurgias mais conservadoras, como a lumpectomia.

Outras condições envolvem carcinoma inflamatório da mama; proporção do tumor em relação ao tamanho do seio, com dificuldade para alcance de um bom resultado estético; além de microcalcificações extensas e difusas na mama diagnosticada com a doença. (Mais adiante, você poderá ler detalhes sobre as indicações).

A cirurgia de mastectomia tem, ainda, indicação para pacientes com alto risco familiar de câncer de mama, genético ou hereditário, bem como mulheres com mutação genética principalmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

Atualmente, por meio do NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology, desde 2019, também pode-se avaliar esta estratégia para pacientes com mutação em TP53, ATM, PTEN e PALB2. Por muito tempo este tratamento cirúrgico foi conhecido com a nomenclatura de mastectomia profilática, atualmente adotamos a definição mais acertada de mastectomia redutora de risco.

Devido a possibilidade de apresentação de uma série de complicações imediatas e também a longo prazo, a mastectomia deve ser alvo de discussão de uma equipe multidisciplinar, assim como avaliada em conjunto com a paciente, após a exposição de todos os riscos e possíveis benefícios.

Leia também: Cirurgia para câncer de mama: quais as opções de tratamento cirúrgico?

O que é e quais são os tipos de mastectomia?

Mastectomia é como é chamada popularmente a retirada da mama por meio de procedimento cirúrgico. O sufixo “tomia” refere-se a corte, retirada, incisão. O médico mastologista responsável pelo acompanhamento da paciente pode optar pela realização de uma cirurgia preservando ou não a aréola e o mamilo, assim como a pele da área da mama.

Deste modo, levando em consideração como é realizada a mastectomia e o quanto de tecido mamário é retirado, existem diferentes tipos de mastectomia. Conheça os principais tipos de mastectomia:

Mastectomia simples

Esse procedimento cirúrgico envolve a retirada completa de toda a mama, compreendendo a remoção da aréola, mamilo, toda a glândula mamária e também de grande extensão de pele.

Mastectomia subcutânea ou adenomastectomia

Já este tipo de mastectomia é caracterizada pela remoção de toda a glândula mamária, no entanto, há a preservação da pele da mama. Contudo, dependendo das especificações de cada caso, pode haver a retirada ou não da aréola e do mamilo.

Depois do procedimento, normalmente a reconstrução da mama é realizada por meio de próteses definitivas ou expansores mamários temporários. A reconstrução também pode ser feita utilizando retalhos de tecido autólogo do abdômen (TRAM) ou mesmo do dorso do corpo.

Uma opção para mamas de tamanho pequeno a médio é da cicatriz final no sulco inframamário, outras opções variam conforme a experiência do cirurgião responsável pelo caso, a exemplo das cicatrizes radiais ou a redor do mamilo.

Já em mamas de tamanhos maiores, a cicatriz pode ser em formato de T invertido ou pode-se propor a realização de cirurgias em momentos diferentes, sendo um procedimento para redução da mama e outro para a retirada completa das mamas.

Contudo, quanto maior a quantidade de cicatrizes, maior será a redução da irrigação sanguínea na área, podendo elevar o risco de isquemia da aréola e da papila, com consequente necrose dessas regiões.

Mastectomia radical

Nos dias de hoje, essa não é uma opção muito considerada pelos mastologistas. O procedimento cirúrgico envolve a retirada completa da mama, incluindo aréola e mamilo, da glândula mamária abaixo da musculatura, assim como é removida toda a cadeia de gânglios axilares.

Mastectomia radical modificada

Assim como a mastectomia radical, atualmente essa não é uma cirurgia comumente realizada. O procedimento compreende a remoção da mama, com aréola e mamilo, no entanto, a glândula mamária é retirada com preservação da musculatura abaixo da mama. Também não há remoção da cadeia de gânglios axilares.

Após a definição do tipo de mastectomia a ser realizada, o mastologista pode avaliar junto com a paciente, a possibilidade de fazer uma reconstrução mamária, podendo o procedimento ser realizado junto com a cirurgia para retirada do tumor cancerígeno ou em um momento posterior.

Veja também: Adenectomia de mama: o que é e características

Indicações para realização da mastectomia e cuidados pós-cirúrgicos

O mastologista ao avaliar as opções de procedimentos cirúrgicos para remoção do câncer de mama busca equilibrar a segurança, não deixando resquícios de células cancerígenas, assim como a função ou a estética da mama. Assim, em casos de câncer de mama em estágio inicial, muitas vezes é possível optar por uma mastectomia ou cirurgia conservadora.

Há indicação para realização da mastectomia nos seguintes casos:

  • A paciente não pode fazer radioterapia, por conta da gravidez ou de doença do tecido conjuntivo, por exemplo, ou ainda tem preferência por procedimento mais invasivo no lugar da radioterapia;
  • A paciente já foi submetida a radioterapia anteriormente;
  • A paciente possui câncer inflamatório;
  • A paciente tem duas ou mais áreas com tumores na mesma mama, porém, distantes o suficiente, para serem removidas sem muitas alterações estéticas;
  • Possui mutação BRCA ou outro fator genético que pode aumentar o risco de desenvolvimento de um novo câncer;
  • O tumor cancerígeno possui mais 5 cm ou é considerado grande comparado ao tamanho da mama.

Como ressalta a Breastcancer.org, a recuperação da mastectomia pode ser de algumas semanas ou mais, a depender da realização da reconstrução mamária. Geralmente, o tempo de permanência hospitalar varia em média de dois a três dias.

Assim como todos os procedimentos cirúrgicos para tratamento do câncer de mama, a boa recuperação da paciente envolve a atenção aos cuidados pós-operatório recomendados pelo médico mastologista. Esses cuidados envolvem tanto o descanso, como a alimentação e hidratação adequada, não carregar bolsas e outros objetos pesados, a troca correta dos curativos e tomar as medicações prescritas pelo mastologista.

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