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Pomada de estrogênio

Estudo aponta que o uso de estrogênio vaginal pode ser seguro entre pacientes com câncer de mama

É comum que pacientes com câncer de mama experimentem sintomas que atinjam os órgãos genitais e trato urinário durante determinados tratamentos. Nesse sentido, o uso do estrogênio vaginal (por meio de cremes, por exemplo) pode ser indicado para manejar esses desconfortos, similares aos da menopausa.

A partir disso, um grupo de pesquisadores do Reino Unido procurou avaliar se tal abordagem poderia ampliar a mortalidade desse grupo de pacientes. No fim, eles concluíram que esse tipo de suporte não eleva o risco de desfechos piores por conta do tumor, o que faz dessa opção uma alternativa interessante no manejo dessas queixas.

Sintomas geniturinários durante o tratamento do câncer de mama

Em resumo, sintoma geniturinário é o termo que designa uma série de alterações que atingem a vagina e a bexiga da mulher atravessando a menopausa. Por conta da queda de produção do estrogênio, é esperado que elas relatem nessa fase da vida problemas como:

  • Secura, coceira e irritação vaginal.
  • Dor e sangramento durante o ato sexual.
  • Maior risco de infecções urinárias.
  • Vontade de ir ao banheiro frequentemente ou mesmo incontinência urinária.
  • Corrimento na área.
  • Atrofia vaginal.

No entanto, essas manifestações não são exclusividade da menopausa. Tais desconfortos tendem a aparecer justamente em pacientes com câncer de mama submetidas a tratamentos que bloqueiam a produção de hormônios (também chamados de hormonioterapias).

Essa abordagem atua para impedir a ação dos hormônios sobre o desenvolvimento do tumor. Portanto, ela pode ser importante em vários quadros da doença, inclusive para impedir a chance de recidivas. Todavia, a intensidade de possíveis efeitos colaterais interfere na adesão ao tratamento, prejudicando sua efetividade.

Confira também: O que você precisa saber sobre a perda óssea decorrente da chegada da menopausa

O uso do estrogênio vaginal para o manejo desses sintomas

Enquanto mulheres na menopausa podem receber a indicação de uma terapia de reposição hormonal para lidar com diferentes sinais e sintomas, pacientes oncológicas em sua maioria não podem lançar mão do mesmo recurso.

Por conta da atuação dos hormônios de forma sistemática em todo o organismo, a introdução desse tipo de terapia tende a elevar a chance de que a doença volte. Contudo, medicamentos tópicos (na forma de cremes ou cápsulas vaginais) contendo estrogênio geralmente podem ser prescritos com uma maior margem de segurança para essas pacientes.

Essa opção garante a complementação do hormônio justamente na região afetada (no caso, a vagina e o trato urinário) sem que isso interfira de forma sistemática no organismo e, por consequência, na evolução do tumor.

Ainda assim, os autores do artigo mencionado, publicado em novembro de 2023, apontaram que até então não havia grandes estudos que analisavam efetivamente se não havia riscos nessa escolha.

Para sanar essa lacuna, foram reunidos registros de saúde de quase 50 mil mulheres que viviam na Escócia e no País de Gales. Elas haviam sido diagnosticadas com câncer de mama entre 2000 e 2017.

Desse total, cerca de 5% das pacientes fizeram o uso de estrogênio vaginal e aproximadamente 1% foi submetida a terapias de reposição hormonal sistêmica. Por fim, dentro do período de acompanhamento, foram registradas quase 5.800 mortes pela doença.

As conclusões do estudo sobre os riscos da utilização do estrogênio vaginal

Posteriormente, foi possível comparar as mortes registradas em cada grupo. No fim, os pesquisadores puderam concluir que as pacientes que fizeram uso do estrogênio vaginal não registram uma maior mortalidade em comparação com as mulheres que não passaram pela administração de estrogênio tópico.

Tal resultado foi notado mesmo quando o recorte analisado envolvia casos de tumores receptores hormonais positivos. Em resumo, eles são mais sensíveis à ação dos hormônios, o que poderia fazer com que qualquer forma de terapia hormonal contribuísse para desfechos piores.

Em suma, os dados indicam que o uso do estrogênio vaginal é uma opção segura para lidar com queixas geniturinárias. De todo modo, isso sempre deve passar sempre pela orientação do médico responsável pelo acompanhamento do tratamento, que pode indicar a melhor alternativa para gerenciar tais desconfortos.

Entenda agora como interromper a hormonioterapia para levar em frente uma gestação pode ser seguro para alguns pacientes.

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