Quais os exames para detecção de metástase mais utilizados em pacientes com câncer de mama?
Os exames para detecção de metástase geralmente empregam recursos de imagem e testes sanguíneos. Adicionalmente, biópsias podem ser utilizadas
A evolução de um câncer de mama pode fazer com que o tumor alcance outras partes do corpo. Quando isso acontece, são feitos exames para detecção de metástase, permitindo a confirmação desse quadro. Entre elas estão exames de imagem, de sangue e, eventualmente, as biópsias. A escolha cabe ao médico responsável pelo acompanhamento, mediante avaliação da condição da paciente.
A partir disso, é possível definir as melhores condutas para impedir a progressão da doença. Embora isso seja um desafio, os tratamentos disponíveis para o câncer metastático podem ajudar na sobrevida e no bem-estar da paciente, ainda que nem sempre seja possível alcançar a remissão completa.
Características de um câncer de mama metastático
Na prática, um tumor metastático é aquele que avançou para além do local do organismo onde ele foi originalmente diagnosticado. No caso de um câncer de mama, isso acontece quando a doença ultrapassa o tecido da mama e os linfonodos da região da axila. Em geral, nesse estágio, ossos, pulmões, cérebro e fígado costumam ser atingidos com maior frequência.
O desenvolvimento de uma metástase se dá por causa de células cancerígenas que não foram detectadas e nem eliminadas do corpo previamente. Em determinado momento, elas podem voltar a se multiplicar. O porquê isso acontece não é muito bem compreendidopelos especialistas. De qualquer maneira, o risco de ter esse problema varia conforme o estágio em que a doença é diagnosticada e a biologia do tumor (incluindo, por exemplo, alterações genéticas e status dos receptores hormonais).
Um câncer pode atingir a metástase meses ou anos após o diagnóstico inicial. Além disso, ele pode surgir em quadros de recidiva (ou seja, quando a doença retorna após o fim do tratamento). Porém, isso não quer dizer que todas as pacientes com câncer de mama terão o problema. Pelo contrário: a maioria dos casos de câncer de mama tem boas chances de remissão completa, principalmente quando a doença é diagnosticada em estágios iniciais.
O câncer metastático representa o último estágio do estadiamento de um tumor. Por isso, ele é classificado como um tumor estágio IV. Esse número não diz respeito a um tipo específico da doença, e sim ao desenvolvimento dela.
Entretanto, é importante não confundir um câncer de mama localmente avançado com uma metástase. Ainda que grave, essa manifestação da doença mantém sua progressão restrita ao tecido da mama e áreas próximas das axilas e dos linfonodos da região.
Exames para detecção de metástase
Uma parte das pacientes com câncer metastático não terá sinais relativos ao espalhamento da doença. Apesar disso, em determinados casos, a disseminação do tumor pode gerar sintomas que costumam variar conforme a área do corpo atingida.
Dessa forma, os desconfortos notados podem envolver desde dores nas costas, ossos e juntas, até náuseas e vômitos, passando por sinais de confusão mental e outros problemas associados ao comprometimento do sistema nervoso central pelo tumor.
Seja como for, diante da suspeita de que o câncer de mama se tornou metastático, o médico responsável pelo acompanhamento pode solicitar exames que confirmem ou descartem a presença da condição. Entre as opções mais adotadas de exames para detecção de metástase estão:
Raios-x
Principalmente se a suspeita do espalhamento se concentra nos pulmões.
Cintilografia óssea
Permite avaliar se a doença atingiu os ossos com o auxílio de um exame de imagem orientado por um radiofármaco.
Tomografia computadorizada
Usa imagens feitas a partir de diferentes ângulos para avaliar as condições de órgãos como os pulmões, o cérebro e o fígado.
PET-CT (ou tomografia por emissão de pósitrons)
Utiliza radiação para capturar imagens de várias partes do corpo.
Ressonância magnética
Utiliza campos magnéticos para capturar imagens de diferentes estruturas do corpo.
Testes sanguíneos
Permitem avaliar parâmetros bioquímicos e a presença de determinados biomarcadores, que podem indicar a formação da metástase.
Em todo caso, a biópsia pode ser essencial para a definição do quadro, bem como para avaliar outros aspectos do tumor. Para isso, uma pequena amostra de tecido (coletada de diferentes partes do organismo) contendo células cancerígenas é analisada em laboratório por um médico patologista. As informações provenientes da biópsia também podem ajudar a orientar os próximos passos do tratamento.
Opções de tratamento quando a metástase é diagnosticada
Quase sempre o tratamento do câncer de mama metastático concentra esforços em conter a disseminação da doença enquanto se tenta prolongar a vida da paciente e ampliar o seu bem-estar. Dessa forma, podem ser utilizadas de forma isolada ou combinada alternativas como:
- Hormonioterapia
- Quimioterapia
- Imunoterapia
- Radioterapia
- Cirurgias
- Terapias-alvo (como aquelas baseadas no uso de inibidores de CDK4/6, Pl3K, mTOR ou PARP ou direcionadas a alterações no HER2)
Veja também: Quais os riscos e o que pode ser feito para evitar a recorrência do câncer de mama?
Eventualmente, terapias localizadas podem ser indicadas para tumores em locais específicos (como os ossos, por exemplo), sobretudo se a condição estiver causando dor. No mais, diferentes práticas integrativas podem ser recomendadas para aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida da paciente.
Em todo o caso, os exames para detecção da metástase são indispensáveis para confirmar e determinar a extensão do comprometimento provocado pela doença. Sem isso, pode ser difícil indicar opções de tratamento condizentes com o quadro, fundamentais para que a mulher mantenha um nível satisfatório de bem-estar nesse período.
Veja o que você precisa saber sobre os diferentes estágios de um câncer de mama e como essa definição ajuda a definir o tratamento.