Qual a função da fisioterapia no tratamento de câncer de mama? Confira quais são as principais indicações
Fisioterapia no tratamento do câncer de mama? Veja porque essa prática é tão importante na recuperação da paciente que está lidando com essa doença
Cada vez mais, o tratamento de um tumor nas mamas recebe uma abordagem multidisciplinar, com o suporte de profissionais da saúde de diferentes áreas. Exemplo disso é a introdução da fisioterapia no tratamento de câncer de mama, que pode desempenhar papel crucial em vários estágios do acompanhamento.
Com a indicação adequada, a fisioterapia (e a prática de exercícios físicos) durante o tratamento pode contribuir com a recuperação das pacientes após intervenções cirúrgicas, para prevenir uma série de complicações e para promover uma melhor qualidade de vida.
Quando a fisioterapia no tratamento de câncer de mama é recomendada?
É sempre importante reforçar que o tratamento do câncer de mama pode desencadear uma série de efeitos colaterais, que vão de dor, cansaço e fadiga até a dificuldade para movimentar o braço em tarefas do dia a dia e a formação de linfedemas. Isso é bastante comum principalmente nos casos em que a paciente precisa ser submetida a uma cirurgia ou um a procedimento de esvaziamento axilar acompanhado de radioterapia para lidar com a doença. Nesse contexto, a fisioterapia exerce papel essencial, seja de forma preventiva, seja no pós-cirurgia.
No período que antecede a cirurgia, a fisioterapia é relevante para minimizar eventuais obstáculos que podem prejudicar a recuperação. Assim, os exercícios são úteis para reforçar a capacidade muscular, corrigir problemas de postura e outras disfunções capazes de gerar incômodo no pós-operatório. Além disso, o contato com o fisioterapeuta pode fornecer informações sobre como prevenir determinados problemas (como o surgimento de linfedemas) e de que forma estabelecer uma rotina segura de exercícios após a operação.
Por consequência, no pós-operatório, a fisioterapia e os exercícios físicos são essenciais para recompor a movimentação da área afetada de forma mais breve possível, estimular as estruturas musculoesqueléticas da região, reduzir a dor e prevenir algumas das complicações já mencionadas, inclusive no longo prazo.
Os efeitos colaterais podem aparecer também em etapas do tratamento que não envolvem procedimentos cirúrgicos. Quem passa por sessões de radioterapia após a cirurgia, por exemplo, pode ter nervos de braços e ombros afetados, deixando-os rígidos ou fracos.
Quais os benefícios da fisioterapia no tratamento de câncer de mama?
A partir dos diversos recursos do profissional de fisioterapia, e sempre conforme a indicação do mastologista e do cirurgião, a paciente é incentivada a manter uma rotina de exercícios antes ou após a cirurgia (ou de qualquer outra etapa do tratamento). Isso, claro, deve respeitar uma série de limites e orientações. Com isso, é possível obter benefícios no processo de recuperação como:
- Redução no risco de desenvolver um linfedema;
- Redução no risco de desenvolver edemas, seromas e inchaços nos braços;
- Diminuição da sensação de fadiga e cansaço;
- Aumento da capacidade respiratória;
- Manejo da dor, diminuindo a necessidade do uso de medicações com esse fim;
- Recuperação da amplitude de movimentos do braço, garantindo o retorno às atividades do dia a dia de forma mais segura e confortável.
Além dos exercícios feitos durantes as sessões, o profissional de saúde fará recomendações de como a paciente pode se exercitar em casa após a alta médica pós-cirurgia. Além de ampliar os benefícios da prática, essas orientações reduzem alguns riscos envolvidos com os exercícios principalmente nos primeiros momentos após a cirurgia.
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Que cuidados devem ser tomados?
É preciso dar tempo para o corpo após a cirurgia. No mais, é preciso sempre ter em mente que determinados exercícios não são recomendados enquanto pontos e drenos não forem retirados. Assim, é fundamental esperar pela orientação do médico e do fisioterapeuta para começar a movimentar a área afetada.
Até o sétimo dia após a cirurgia, a recomendação é manter sempre movimentos leves. Isso passa por usar o lado do braço operado para se banhar, pentear o cabelo, se vestir e comer. Levantar os braços na altura do ombro e abrir e fechá-los algumas vezes e respirar fundo para movimentar o diafragma também costumam ser algumas das orientações fornecidas. Pergunte sempre sobre as limitações envolvendo a movimentação de objetos.
Em todo caso, a fisioterapia pode prever uma série de exercícios justamente com o intuito de reduzir os impactos à estrutura muscular decorrentes da cirurgia. Eles podem envolver o uso de instrumentos como uma barra e serem feitos deitados ou sentados. Seja como for, é importante atentar-se a sinais como dores, sensações de aperto e demais incômodos que pioram com o passar do tempo, bem como sensação de fraqueza ou qualquer outro desconforto relacionado aos exercícios. Nesses casos, informe o seu médico e o seu fisioterapeuta.
Em suma, com a devida orientação, a fisioterapia no tratamento de câncer de mama é fundamental, em especial diante da necessidade de procedimentos cirúrgicos para lidar com a doença. Desse modo, é possível ampliar o sucesso da recuperação sem ignorar os benefícios relativos ao bem-estar durante esse período que pode ser bastante difícil.
Saiba mais sobre o papel dos exercícios físicos tanto no tratamento quanto na prevenção do câncer de mama.