Blog

Homem apontando para as mamas

Ginecomastia: tudo o que você precisa saber sobre essa condição

A ginecomastia é uma condição que provoca o crescimento anormal das mamas masculina e que pode aparecer em diferentes fases da vida

Quando falamos nas diferenças entre homens e mulheres, uma das características mais marcantes é a anatomia das mamas. Independentemente do tamanho, é normal que mulheres tenham seios desenvolvidos. O que muitos não sabem é que algumas condições podem causar o crescimento das mamas masculinas. A mais comum delas é a ginecomastia.

É importante ressaltar que homens obesos ou com sobrepeso também apresentam o crescimento das mamas, entretanto, essa condição possui nome e causas diferentes. Mas isso não significa que eles não possam sofrer, também, de ginecomastia.

Neste texto você vai descobrir o que é a ginecomastia, os principais sintomas e como tratá-la.

Leia mais: Mama acessória ou gordura na axila? Entenda o que é a mama supranumerária

O que é a ginecomastia?

Segundo o Manual MDS para Profissionais da Saúde, a ginecomastia é caracterizada pela hipertrofia do tecido glandular mamário masculino. A ginecomastia pode aparecer em diferentes fases da vida. Em alguns casos, ela desaparece normalmente e, em outros, pode persistir com o decorrer da idade.

Quais as causas da ginecomastia?

As causas do crescimento anormal das mamas podem ser divididas em três grupos distintos: as fisiológicas, as patológicas e as idiopáticas.

Causas fisiológicas

Recebem esse nome pois não há um responsável específico pela ginecomastia, ocorrendo, então, devido a alterações do próprio organismo.

  • Neonatal: devido a passagem de hormônios femininos pela placenta;
  • Puberal: causada por oscilações na produção hormonal durante a adolescência;
  • Senil: devido a diminuição da produção de testosterona e ao aumento nos níveis da estrógenos.

Causas patológicas

Nesse grupo, a ginecomastia é provocada por fatores conhecidos como doenças, uso de medicamentos ou devido ao efeito colateral de certas drogas. As causas patológicas são subdivididas em não tumoral, devido a obesidade, cirrose hepática, hipertireoidismo, hipogonadismo e insuficiência renal, tumoral, causada pelo desenvolvimento de alguns tipos de tumores, como os testiculares, e a ginecomastia medicamentosa que, como o próprio nome diz, surge devido ao uso de certos medicamentos.

Causas idiopáticas

Em alguns homens, a ginecomastia surge de forma espontânea e sem causa aparente. Nesses casos, a condição recebe o nome de ginecomastia idiopática.

Segundo o portal Ginecomastia.org, a ginecomastia possui diversas classificações. A mais utilizada na literatura médica é a proposta por Simon, de 1973, que divide a condição em 4 diferentes graus, do mais leve ao mais avançado:

  • Grau I: apresenta um pequeno aumento visível, sem nenhuma redundância de pele;
  • Grau IIA: o aumento mamário é moderado, mas ainda sem redundância de pele;
  • Grau IIB: aumento mamário moderado com redundância de pele;
  • Grau III: aumento moderado da mama, com redundância de pele definida.

Sintomas e formas de identificação

Além de atingir somente homens e ser caracterizada pelo crescimento excessivo das mamas, a ginecomastia pode ser unilateral ou bilateral. A condição pode ser identificada de diferentes maneiras, fique atento!

7 formas de identificar a ginecomastia

  1. Pelo aumento de uma ou das duas mamas;
  2. Devido a dor na região dos seios;
  3. Por desequilíbrio hormonal;
  4. Uso de medicamentos com grande quantidade de hormônios;
  5. Em homens acima de 60 anos ou durante a adolescência;
  6. Devido ao aumento do peso;
  7. Pelo consumo de álcool e uso de anabolizantes.

Ginecomastia e obesidade

Como dito anteriormente, homens com excesso de peso também apresentam crescimento das mamas. Essa condição recebe o nome de pseudoginecomastia. Nesse caso, o crescimento ocorre pelo aumento do tecido adiposo ao redor das mamas.

Mas, se a obesidade é uma das causas da ginecomastia, como podemos diferenciá-las?

Tanto os seios da mulher quanto os do homem são constituídos por dois tipos de tecido, o glandular e o adiposo. Na ginecomastia ocorre o aumento de ambos os tecidos. Já no caso de pseudoginecomastia, apenas o tecido adiposo se prolifera. Ou seja, o crescimento das mamas ocorre devido ao aumento de gordura.

Formas de tratamento da ginecomastia

O tratamento da ginecomastia pode variar de acordo com a causa, duração da condição, gravidade e até mesmo se ela provoca dor ou desconforto no paciente. Ele pode ser realizado com medicamentos, garantindo o controle hormonal, ou através de cirurgia.

Quem decide a melhor forma de tratamento é o profissional responsável pelo caso. Normalmente, o uso de medicamentos é indicado para homens com ginecomastia em estágio inicial ou quando a hipertrofia da mama provoca dor.

Já a cirurgia remove tecido mamário hipertrofiado. As técnicas variam de acordo com o tamanho e consistência da mama. Ela também pode ser realizada quando a ginecomastia começa a incomodar o paciente estética ou emocionalmente. Normalmente é feita a remoção cirúrgica do tecido glandular, com lipoaspiração da gordura e, em alguns casos, redução de pele.

Enquanto isso, a pseudoginecomastia pode ser resolvida através da adoção de hábitos saudáveis ou, se o paciente preferir, por via cirúrgica.

Leia mais: Oncoplastia e reconstrução mamária: os diferentes tipos de cirurgia e quando são indicadas

Ginecomastia e câncer de mama

Por não conhecerem a ginecomastia, alguns homens, ao notarem o crescimento das mamas e devido a presença de dor, acreditam estar com um tumor. É importante saber que a ginecomastia não causa câncer e não representa riscos à vida do paciente. A condição nada mais é do que um problema de desordem hormonal.

Apesar disso, é importante lembrar que, mesmo com prevalência de apenas 1%, o câncer de mama também atinge os homens. Devido ao atraso no diagnóstico, o tratamento da doença se torna mais difícil. Essa demora ocorre, na maioria das vezes, por causa do preconceito e da falta de informação a respeito do câncer de mama masculino.

Além da idade e do histórico familiar de câncer, outros fatores que podem aumentar o risco da doença em homens são mutações genéticas hereditárias, como as dos genes BRCA1 e BRCA2, Síndrome de Klinefelter, exposição à radiação, alcoolismo obesidade e tabagismo. Para evitar que ambas as condições sejam confundidas, é preciso realizar exames como a mamografia e, em caso de suspeita, biópsia local.

Gostou desse conteúdo? Confira mais artigos do meu blog!

Médica mastologista especializada em reconstrução mamária. Além de sua prática clínica, Dra. Brenda atua como mastologista no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é preceptora da residência médica de Mastologia na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP) e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. | CRM-SP 167879 / RQE – SP Cirurgia Geral: 81740 / RQE – SP Mastologia: 81741

ps.in@hotmail.com

Sem comentários
Comentários
Nome
E-mail
Website