Gravidez após câncer de mama: é possível?
Apesar da gravidez ser dificultada por alguns tratamentos de câncer de mama, muitas mulheres podem engravidar depois de concluir o tratamento
O diagnóstico de câncer de mama costuma causar um impacto significativo na vida de muitas pacientes. Um questionamento frequente, principalmente entre as mulheres em idade fértil, é se é possível uma gravidez após o câncer de mama.
O câncer de mama é uma doença com maior predisposição a surgir em mulheres com idade superior a 50 anos, contudo, tem se observado um aumento da incidência entre mulheres jovens, tanto no Brasil, como no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), atualmente é registrada uma incidência do câncer de mama que varia de 4% a 5% entre brasileiras com idade inferior a 35 anos. No passado, esse número era de apenas 2%.
Muitas pacientes são capazes de engravidar depois do tratamento de câncer de mama, porém, a gravidez pode ser dificultada em alguns casos, conforme aponta o American Cancer Society. Portanto, pacientes em idade fértil diagnosticadas com câncer de mama que ainda pensam em gestar um bebê devem conversar com o médico mastologista, responsável pelo acompanhamento do seu caso, sobre o assunto antes de iniciar o tratamento.
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Principais dúvidas sobre a gravidez depois do câncer de mama
Tratamentos para o câncer de mama, a exemplo da radioterapia e quimioterapia, podem comprometer a fertilidade feminina, uma vez que afetam o sistema reprodutivo da mulher, principalmente o ovário, causando a diminuição do número de óvulos. Por isso, uma opção a ser considerada para as pacientes que desejam ser mãe é o congelamento de óvulos antes do começo do tratamento.
Uma outra possibilidade que tem se demostrado segura para pacientes com câncer é a fertilização in vitro por meio da coleta de embriões.
A seguir, procuramos responder às principais dúvidas sobre a gestação depois do diagnóstico de câncer de mama, confira:
O feto pode ser afetado pelo tratamento do câncer de mama?
Tratamentos para o câncer de mama, como hormonioterapia ou terapia alvo, podem comprometer o desenvolvimento fetal. Já o tratamento quimioterápico é considerado seguro a partir do segundo trimestre de gestação, não provocando alterações no desenvolvimento embrionário. Por isso, por segurança, é recomendado aguardar a finalização total do tratamento, antes de uma gravidez.
Levando em conta também a saúde da mulher, vale lembrar que a interrupção do tratamento da doença, por conta de uma gestação, pode aumentar o risco de recidiva, assim como de progressão da doença.
Quanto tempo após o tratamento devo esperar antes de engravidar?
É recomendado que após o fim do tratamento para o câncer de mama, as mulheres aguardem no mínimo de 2 a 3 anos para iniciar as tentativas de engravidar.
É importante que as pacientes tenham em mente que cada caso é único e individualizado, precisando ser considerado fatores, como tipo de câncer de mama, idade e risco de recidiva da doença. A saúde e o bem-estar da paciente devem sempre ser priorizados.
Meu histórico de câncer de mama pode colocar meu bebê em risco durante a gravidez?
Até o momento, a Ciência não possui evidências de que o bebê sofra algum efeito direto do câncer de mama diagnosticado na mãe. Não foi descoberto pelos pesquisadores nenhum aumento no número de problemas de saúde a longo prazo ou de defeitos congênitos em bebês nascidos de pacientes que enfrentaram o câncer de mama.
Após o tratamento do câncer de mama, eu posso amamentar?
Mulheres que passaram por procedimentos cirúrgicos e/ou radioterapia podem ter problemas para amamentar a criança com a mama operada. Isso ocorre tanto por conta das mudanças estruturais na mama após a cirurgia que podem causar dor e dificuldade na amamentação, como pela redução da produção de leite.
Medicamentos presentes na hormonioterapia para tratamento do câncer também podem afetar o leite e consequentemente o bebê. Por isso, caso ainda esteja tomando algum medicamento para a doença, sempre converse com seu mastologista, antes de iniciar o aleitamento.
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A importância de conversar com o médico mastologista
Caso você tenha recebido o diagnóstico de câncer de mama e ainda guarde dentro de si o desejo de ser mãe, ou apenas queira deixar essa possibilidade em aberto, é de fundamental importância conversar com o médico mastologista, responsável pelo acompanhamento do seu caso. Ele é o profissional da área de saúde mais qualificado para analisar as especificações do seu quadro clínico e aconselhar sobre o assunto, uma vez que cada caso de câncer de mama é diferente do outro.
Hoje, a Medicina possibilita medidas que ajudam a preservar a fertilidade da mulher, como captação e congelamento de óvulos, que podem ser usados para fertilização após a conclusão do tratamento de câncer de mama. No entanto, para que isso possa ocorrer, é preciso que haja um planejamento conjunto entre paciente e o médico responsável pelo tratamento da doença.
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