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Tubos de amostra de sangue para teste

Imuno-histoquímica do câncer de mama: o que é e para que serve?

A imuno-histoquímica do câncer de mama fornece informações importantes para definir a melhor abordagem de tratamento da doença.

Imuno-histoquímica é um termo utilizado com frequência nas ciências biológicas. Em linhas gerais, esse conceito define um procedimento que se dá com base no reconhecimento da presença de anticorpos por antígenos presentes em determinadas células do tecido de um organismo.

Tal forma de avaliação pode ser utilizada em diferentes contextos (como no diagnóstico de certas doenças infecciosas, por exemplo). No entanto, a imuno-histoquímica é bastante utilizada também para fornecer aos médicos informações valiosas sobre as características de um câncer de mama em pacientes diagnosticadas com essa neoplasia.

Qual a finalidade de um teste de imuno-histoquímica em pacientes com câncer de mama?

Na prática, a imuno-histoquímica é uma das formas mais utilizadas para avaliar a composição biológica de um câncer na mama. Tais características são essenciais para determinar as melhores opções de tratamento, bem como para delimitar possíveis prognósticos. Por isso, essa técnica é relevante para saber mais sobre dois aspectos: a expressão de receptores da proteína HER2 ou de determinados hormônios.

Expressão de receptores HER2

Se presentes em grandes quantidades, receptores HER2 aceleram a reprodução das células cancerígenas, fazendo com o tumor se dissemine mais rápido. Ou seja, quanto maior a expressão desses receptores, maior a quantidade deles na superfície da célula, fazendo com ela se divida e se multiplique mais rápido.

Um exame de imuno-histoquímica atribui ao câncer diagnosticado uma escala que vai de 0 a 3+. Assim sendo, resultados 0 ou 1 indicam que há poucos receptores, fazendo com que o tumor seja considerado HER2 negativo.

Um resultado 2 delimita uma área cinzenta em que novos exames (como a chamada hibridização in situ) precisam ser feitos para determinar a expressão desse receptor. Já a escala 3 indica que o câncer é HER2 positivo.

Para saber mais: O que um tumor HER2 positivo indica?

Expressão de receptores hormonais

Essa avaliação permite identificar se as células cancerígenas contam com receptores que se ligam a hormônios como a progesterona e o estrogênio e facilitam sua multiplicação. Em outras palavras, a imuno-histoquímica também é empregada para entender se o tumor diagnosticado se “alimenta” dos hormônios que circulam pelo organismo.

Como cada laboratório usa um método diferente, não existe uma forma padrão de apresentar os resultados. No entanto, é possível que os resultados informem a porcentagem (de 0 a 100) das células com receptores hormonais presentes no tecido analisado.

Outras formas de apresentar os achados envolvem escalas numéricas que indicam a quantidade de células com esses receptores ou somente um “positivo” ou “negativo” para a presença deles. No fim, é sempre mais fácil contar com seu médico para entender o que os resultados significam.

De que forma esse exame é feito?

Em geral, a imuno-histoquímica é solicitada logo após a confirmação do diagnóstico do câncer de mama, ainda antes do início do tratamento. Quase sempre a amostra necessária para a realização do teste é coletada por meio de biópsia do tecido da mama.

A partir da amostra disponível, o médico patologista em laboratório usa substâncias específicas para determinar as características das células do tumor. Elas contam com anticorpos que “reagem” diante da existência dos seus respectivos antígenos e se ligam a eles.

Quando essa ligação acontece, as células analisadas tendem a mudar de cor (alteração que só pode ser vista por microscópico) indicando ao profissional determinadas características daquela amostra (se HER2 ou com grande número de receptores hormonais, como já destacado).

Como a imuno-histoquímica pode orientar o tratamento?

Com os resultados em mãos, o médico responsável pelo acompanhamento tem a possibilidade de discutir junto à paciente as melhores opções de tratamento, além de traçar cenários a partir daquilo que sabe sobre a evolução da doença.

Só para ilustrar, um câncer HER2+ conta com opções de terapia que usam esses receptores justamente como “alvos” para combater o tumor. Já tumores que expressam grandes quantidades de receptores hormonais respondem melhor a tratamentos que reduzem a circulação de certos hormônios no organismo ou bloqueiam os mecanismos que as células cancerígenas usam para aproveitá-los.

No sentido oposto, tumores HER2 negativos ou sem quantidades relevantes de receptores hormonais não vão responder bem a essas opções. Logo, tais cenários exige outras abordagens.

Um caso específico nesses quadros é o dos tumores triplo-negativos: eles não têm receptores de estrogênio, progesterona e nem expressam a proteína HER2. Por uma série de fatores, isso faz com que eles tenham menos opções de tratamento. Embora respondam por menos de 15% de todos os casos de câncer de mama, eles tendem ainda a ser mais agressivos que a média.

Claro que esses são apenas alguns recortes para os usos da imuno-histoquímica no curso do tratamento de um câncer de mama. Independentemente dos resultados, é fundamental que as pacientes mantenham contato com seu médico para entender o que eles significam conforme cada caso. Isso facilita o esclarecimento de dúvidas e reduz o receio com relação ao que os exames apontam.

Veja agora o que são e qual o papel das assinaturas genômicas no tratamento de um câncer de mama.

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