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Ultrassom da axila

As informações essenciais sobre a linfadenectomia axilar em casos de câncer de mama

Muito antes de manifestação metastática, um câncer de mama pode progredir além do seu sítio (local original) e atingir outras partes do corpo. Frequentemente, isso começa pelas axilas. Nesse cenário, a linfadenectomia axilar se torna um procedimento relativamente comum.

O objetivo nesses casos é, em resumo, remover os linfonodos localizados abaixo do braço em que haja suspeita de disseminação das células cancerígenas.

Para atingir tal propósito, o procedimento deve ser precedido de uma avaliação cuidadosa sobre sua necessidade e exige atenção no pós-operatório para evitar complicações.

O que os linfonodos têm a ver com o câncer de mama

Os linfonodos, também chamados de gânglios linfáticos, distribuem-se por diversas partes do corpo e são parte essencial do sistema imune. A principal função deles é drenar e filtrar a linfa, o líquido de tom amarelo claro que circula pelo sistema linfático.

Nos casos de câncer de mama, as células cancerígenas podem se aproveitar dos vasos localizados entre a mama e a axila para se disseminar do tecido mamário em direção a essa outra área do corpo.

Assim, identificar a presença dessas células nos linfonodos é importante para acompanhar o estágio da doença e a evolução.

De forma bastante sucinta, isso pode ser feito através de biópsias dos linfonodos sentinelas, em que as estruturas mais próximas da mama são removidas e avaliadas em laboratório com a finalidade de buscar sinais de “espalhamento” da doença.

A necessidade de remoção dos linfonodos através da linfadenectomia axilar

A indicação de uma linfadenectomia axilar ocorre quando a biópsia do linfonodo sentinela identifica que a doença já chegou até a localização dos linfonodos.

Isso sugere que ela progrediu, exigindo uma intervenção mais abrangente para contê-la adequadamente e orientar as próximas etapas do tratamento.

A linfadenectomia axilar é realizada com anestesia geral. O procedimento pode ser conduzido de forma isolada ou junto de outra cirurgia necessária para a remoção do tumor da mama, como uma mastectomia ou uma quadrantectomia conservadora.

Ao todo, são removidos pelo menos sete linfonodos, mas o número varia bastante. Em alguns casos, o total pode chegar a 20 ou 30. A maioria das intervenções tenta restringir a remoção ao que os especialistas chamam de linfonodos de nível I ou II, considerando a localização dos gânglios retirados em relação à musculatura da área.

Toda essa decisão considera que essa região é cercada por músculos e nervos que, se danificados, podem prejudicar a mobilidade dessa parte do corpo do paciente. Embora raros, esse é um risco a ser considerado.

O material removido é posteriormente enviado para análise laboratorial, também em busca das células cancerígenas. De modo geral, o número de linfonodos afetados por elas é o indicador que acaba chamando mais a atenção.

Cuidados básicos após a linfadenectomia axilar

Além de permanecer sob observação por algumas horas depois da cirurgia, as pacientes submetidas a uma linfadenectomia axilar podem receber a inserção de um dreno no local da operação. Esse instrumento ajuda a remover o líquido acumulado. Ele deve ser mantido por, em média, sete dias.

Adicionalmente, a recuperação adequada do pós-cirurgia depende do cumprimento de alguns cuidados pela paciente, mesmo após a alta hospitalar. Entre eles estão:

  • Manutenção de repouso por uma ou duas semanas.
  • Atenção apropriada com os curativos da cirurgia e com o dreno, sobretudo para evitar infecções.
  • Movimentação adequada do braço do lado operado, mas evitando esforço exagerado (carregando peso ou dirigindo, por exemplo).
  • Acompanhamento de possíveis sinais que possam exigir avaliação profissional imediata, como dor, sangramento ou suspeita de infecção local.

Com os resultados da avaliação dos linfonodos removidos, posteriormente o médico pode orientar sobre a necessidade de tratamentos adicionais quando houver comprometimento do câncer de mama naqueles tecidos. O intuito é sempre reduzir o risco de recidivas. Para isso, as sessões de radioterapia são a alternativa costumeiramente indicada.

Confira também: Quimioterapia antes da cirurgia pode evitar radioterapia nos linfonodos axilares

Complicações comuns depois da remoção dos linfonodos

Ainda que todas as orientações sejam seguidas à risca, algumas complicações podem afetar algumas pacientes nas semanas, meses ou mesmo anos depois da cirurgia. As que mais chamam a atenção são:

  • A redução de sensibilidade e sensação de dormência na área da axila, muitas vezes por conta de danos aos nervos próximos à pele.
  • Os linfedemas, em que há um inchaço considerável no braço do lado operado. A incidência desse problema varia bastante e pode oscilar entre 15% e 40% das pacientes operadas. Obesidade e exposição à radioterapia são fatores de risco.
  • Os seromas, que se formam a partir do acúmulo de líquido próximo à cicatriz.

Portanto, diante dessas condições, médico e paciente devem discutir as melhores abordagens para mitigar o desconforto físico e estético associado às consequências indesejadas de uma linfadenectomia axilar, procedimento bastante importante no tratamento de muitos casos de câncer de mama.

Aproveite e confira agora os resultados de um estudo que mostrou a possibilidade de dispensa da cirurgia axilar extensa após resposta positiva do tratamento sistêmico inicial.

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