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Médica analisando exame de mama

Saiba mais sobre o tratamento dos nódulos mamários grandes e benignos

Nem toda alteração identificada no tecido mamário é necessariamente um câncer com evolução maligna. Contudo, é fundamental considerar o risco do desenvolvimento de diferentes tipos de nódulos mamários grandes e benignos.

Como o nome indica, essas são formações não cancerígenas, cuja progressão pode fazer com que o volume da mama atinja dimensões significativas. Consequentemente, o incômodo físico e estético percebido pode ser considerável, exigindo as intervenções adequadas conforme o quadro diagnosticado.

Fibroadenomas gigantes

De modo geral, os fibroadenomas são o tipo de tumor benigno mais frequente, principalmente em mulheres jovens, na faixa dos 20 ou 30 anos, de acordo com a American Cancer Society. Embora comuns, a ocorrência deles não aumenta a probabilidade de desenvolver um câncer de mama em algum momento da vida.

Quando esses nódulos aparecem em crianças e adolescentes, eles são chamados de fibroadenomas juvenis. Se um fibroadenoma juvenil for muito grande (mais de 5 centímetros, pesar mais de 500 gramas ou ocupar mais de 80% da mama), ele é considerado “gigante”.

Um fibroadenoma é confirmado através de uma biópsia. Nesses casos, há a ocorrência de um nódulo com bordas bem definidas, formato ovalado e que não provoca dor, especialmente quando a alteração apresenta tamanho reduzido, não excedendo dois ou três centímetros.

Entretanto, a evolução de fibroadenomas gigantes faz com que a paciente perceba algum tipo de desconforto físico e estético. Mais uma vez, o diagnóstico costuma ocorrer por meio de avaliação clínica, exames de imagem e biópsia.

Em fibroadenomas menores, o mastologista pode recomendar apenas o monitoramento da lesão. Em alguns casos, eles desaparecem espontaneamente sem gerar queixas.

Nos casos de fibroadenomas gigantes, o tratamento deve ser individualizado e cuidadoso, visando preservar o máximo possível do tecido mamário saudável e obter um resultado estético satisfatório.

A mastectomia é geralmente reservada para casos incomuns ou recorrentes. Em cirurgias mais extensas, a reconstrução mamária imediata é indicada, utilizando próteses mamarias, rearranjo do próprio tecido mamário e técnicas de mamoplastia. Essa abordagem permite limitar o número de procedimentos cirúrgicos e minimizar as consequências psicológicas de uma deformidade mamária.

Confira: As possibilidades da reconstrução mamária com próteses ou expansores teciduais

Tumores Filoides Gigantes

Os tumores filoides (ou phyllodes) constituem outra modificação predominantemente benigna da mama. Eles correspondem a menos de 1% de todos os diagnósticos de alterações na região e, em ocorrências raras, podem ser de natureza maligna.

Adicionalmente, alguns podem ser classificados como “limítrofes” (ou borderlines). Isso é compreendido pela apresentação de certas características sugestivas de malignidade, mas não de maneira completa.

Originados a partir da multiplicação de células do tecido conectivo da mama, a maioria dos tumores filoides apresenta rápido crescimento, com tamanho variando entre quatro e sete centímetros de extensão. Quando essa medida alcança dez centímetros, ele é categorizado como “gigante”.

Após o diagnóstico, a abordagem mais apropriada para essas neoplasias benignas de grande volume é a cirurgia. Recomenda-se a realização de uma ressecção cirúrgica ampla, com margens de segurança adequadas, a fim de prevenir possíveis recidivas. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de uma mastectomia.

A reconstrução mamária subsequente pode ser realizada utilizando expansores teciduais, implantes mamários ou retalhos musculares (como o músculo grande dorsal), visando à obtenção de um resultado estético satisfatório e à melhoria da qualidade de vida da paciente. Complementarmente, sessões de radioterapia podem ser prescritas.

Saiba mais: O que é e como é o tratamento de um tumor filoide na mama?

Hamartomas Mamários

Hamartomas são tumores benignos e incomuns na mama. De acordo com publicação no Annals of Medical Research, esses casos correspondem a menos de 5% de todos os achados sem características malignas¸. Eles são frequentemente confundidos com outros tipos de tumores.

Um hamartoma se desenvolve através da proliferação de tecido mamário lobular envolvido em diversos tecidos fibrosos e adiposos sem o padrão organizacional típico das demais estruturas da glândula mamária.

Quando a formação contém células de tecido cartilaginoso, ela é chamada de condrolipoma. Já um hamartoma mióide é uma variante rara contendo células de músculo liso.

A maioria das pacientes diagnosticada com essa condição está na quarta década de vida, embora, claro, haja exceções. O desenvolvimento da formação é gradual, quase sempre manifestando-se como um nódulo indolor acompanhado de um aumento anormal da mama.

O diagnóstico é feito por meio da avaliação clínica, exames de imagem e biopsia. Na mamografia essa alteração têm uma aparência típica, na forma de um nódulo oval bem circunscrito e com densidade de tecido mamário, usualmente envolvido por uma fina pseudocápsula.

As dimensões do tumor variam consideravelmente. Entretanto, os dados disponíveis indicam que eles medem, em média, de um a seis centímetros. São classificados como “gigantes” as alterações que ultrapassam 15 centímetros. Alguns casos, podem atingir 20 centímetros.

Dependendo da extensão do comprometimento identificado, a excisão cirúrgica pode ser necessária. A avaliação profissional criteriosa é essencial para determinar uma intervenção menos invasiva possível.

Hiperplasia Estromal Pseudoangiomatosa

Por último, as hiperplasias estromais pseudoangiomatosas (ou PASH) são lesões benignas formadas pela proliferação de fibroblastos e miofibroblastos (responsáveis, entre outras funções, pela produção de colágeno).

Em diversas circunstâncias, essa forma de hiperplasia é confundida com neoplasias malignas da mama (especialmente os angiosarcomas).

A apresentação clínica dessa lesão pode variar entre achados microscópicos até formações com nódulos palpáveis. Mais raramente, pode ocorrer progressão acelerada, inclusive com aumento substancial do volume do tecido mamário.

Mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos são supostamente as mais afetadas, considerando as incertas diante do baixo volume de casos. Há também relatos na literatura de diagnósticos em adolescentes.

Após a confirmação de uma hiperplasia estromal pseudoangiomatosa, o tratamento será individualizado. Em alguns casos, o acompanhamento por meio de exames de imagem é suficiente.

Entretanto, em casos de nódulos que causam desconforto à paciente, a cirurgia para remoção do tumor com margens adequadas é indicada.

Em situações mais complexas, em que há comprometimento do tecido mamário saudável ou recorrência da doença, podem ser necessárias ressecções amplas ou mastectomia, eventualmente associadas a técnicas de reconstrução mamária imediata.

O papel das técnicas de oncoplastia nas cirurgias de nódulos mamários grandes e benignos

Independentemente do achado benigno que a paciente apresenta, todo procedimento cirúrgico necessário para combater essas alterações deve contemplar a necessidade de restaurar a aparência da mama, restituindo, dentro do possível, a funcionalidade e a estética da região.

Nesse contexto, técnicas de cirurgia oncoplástica possibilitam uma remoção segura dos nódulos mamários grandes e benignos, ao mesmo tempo em que integram abordagens de reconstrução do tecido extraído. Isso certamente contribui para o bem-estar da paciente em vários aspectos de sua vida e merece a devida conversa entre médico e paciente.

Aproveite então para ler mais sobre a oncoplastia e as possibilidades de reconstrução mamária.

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