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Jovem mulher sentada e chorando

Recorrência do câncer de mama: quais os riscos e como evitar?

A recorrência do câncer de mama é preocupante para quem já foi diagnosticado uma vez. Vamos falar mais sobre como isso reforça a importância do cuidado!

Combater e superar o câncer de mama não são tarefas fáceis e quem passa por essa situação merece mesmo se sentir vitoriosa e comemorar. No entanto, é preciso lembrar que essa luta não acaba por aí e o objetivo passa a ser outro, pois é preciso ficar de olho na recidiva, ou seja, o cuidado deve continuar e até ser redobrado para prevenir a recorrência do câncer de mama.

O que causa a recorrência do câncer de mama?

Após uma cirurgia de retirada do câncer de mama, seja ela conservadora ou mais invasiva, é possível que células cancerígenas dormentes, não identificáveis a olho nu e nem nos exames, ainda permaneçam no local do tumor, ou tenham se alocado em outras partes do corpo, causando o retorno da doença posteriormente. Quando isso ocorre, recebe o nome de recidiva ou recorrência do câncer.

Em algumas pacientes, a recidiva pode ser na mama (recorrência local). Outras podem apresentar recidiva locorregional (nos linfonodos axilares) e há ainda aquelas que apresentam metástase a distância (em outros órgãos do corpo) – você poderá ver mais sobre os tipos de recidiva mais adiante.

O risco da doença retornar depende, principalmente, das características do tumor anterior, que incluem: tamanho, número de linfonodos cancerígenos, grau histológico, perfil molecular, além de fatores como obesidade, menopausa, diagnóstico antes dos 40 anos e associações com mutações genéticas.

Em situações em que há risco de recorrência, ou recidiva, costumam ser recomendados tratamentos como a radioterapia ou hormonioterapia, que exploramos com mais detalhes em outro artigo e que você pode conferir aqui. Em geral, eles são indicados para ajudar na eliminação dessas células e diminuir as chances de que a recidiva aconteça.

Leia também: Tipos de câncer de mama: conheça os mais comuns e entenda suas características

Em quanto tempo pode ocorrer a recorrência do câncer de mama?

A recorrência do câncer é muito variável. O que torna impossível estimar prazos. De acordo com o Journal of the National Cancer Institute, por exemplo, há relatos de casos de recidiva com 39 anos após o diagnóstico primário. No entanto, o mesmo estudo ainda aponta, que nas mulheres diagnosticadas com câncer do tipo receptor de estrogênio positivo (ER) e receptor HER2 negativo, pelo menos metade das recorrências aconteceram em mais de cinco anos. O estudo considerou 36.924 mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 1 de janeiro de 1987 e 31 de dezembro de 2004.

Tipo de recorrência do câncer de mama

Podemos citar três tipos principais de recorrência do câncer:

1. Recorrência local

O câncer que reaparece no mesmo seio ou na cicatriz da cirurgia é considerado como uma recidiva de recorrência local.

Entre seus sintomas estão a vermelhidão e o inchaço no local, o que merece ser analisado, pois esses sintomas podem ser causados pelo tratamento de radioterapia posterior a cirurgia, por exemplo, e confundir o diagnóstico de recidiva.

Outro ponto de atenção é se forem percebidos caroços. Após as cirurgias de mastectomia ou de reconstrução, esses caroços costumam aparecer e não são cancerígenos. Da mesma forma, seu médico pode acompanhá-los e se certificar para garantir de que não são sinais de recorrência.

2. Recorrência regional

Quando o câncer é identificado em áreas próximas do primeiro câncer de mama, ele é considerado como câncer de recorrência regional. Ele pode ser identificado em áreas como:

  • Linfonodos;
  • Axilas;
  • Na pele das mamas;
  • Parede torácica;
  • Clavícula.

3. Recorrência de metástase

Este tipo de câncer é considerado em estágio IV, um dos estágios avançados. Geralmente é o câncer que se originou na mama, mas que se instalou em partes mais distantes do corpo, principalmente nos ossos, cérebro, pulmões e fígado.

Como evitar a recorrência do câncer de mama?

Não existe uma maneira específica para evitar que o câncer de mama volte a aparecer. O melhor que pode ser feito é manter as mesmas medidas de prevenção do primeiro diagnóstico, pois também ajudam como prevenção de recidiva, além de contribuir com o seu bem bem-estar em geral, ou seja:

  • Mantenha as rotinas de exercícios físicos;
  • Continue realizando os exames de acompanhamento anual, semestral ou de acordo com a indicação do especialista;
  • Tenha uma alimentação balanceada;
  • Cuide também da saúde mental, fundamental para o equilíbrio da saúde em sua plenitude.

Veja também outros artigos do meu blog, nos quais dou algumas dicas sobre saúde mental que falo em outro artigo, e dicas sobre exercícios físicos como forma de prevenção.

Além disso, como cada caso de câncer tem suas próprias características, o mais importante é seguir as recomendações médicas e cumprir a rotina de tratamentos indicada. Rotina que pode acompanhar cirurgia ou não.

Lembrando que alguns tratamentos são feitos antes, depois da cirurgia ou em ambos os períodos, como é o caso da radioterapia, por exemplo.

O que difere uma recidiva de um segundo câncer?

O câncer é categorizado de acordo com alguns subtipos e precisa sempre de uma análise para que o tratamento seja indicado corretamente. Levando isso em consideração, é preciso saber que é possível ocorrer o aparecimento de um segundo câncer, de um tipo diferente e originado em área diferente e que, por isso, não deve ser confundido com a recorrência ou recidiva. Ou seja, a presença de um tumor após o diagnóstico de um primeiro câncer não indica, necessariamente, que o câncer primário retornou.

De acordo com o American Cancer Society, apesar de ser um caso muito raro, o surgimento de um segundo câncer acontece. E só reforça as necessidades de cuidado e prevenção, já que o câncer não é um tipo de doença que podemos ganhar imunidade, como as transmitidas por vírus, por exemplo.

Reposição hormonal tem ligação com a recorrência do câncer?

Um último assunto para completar nosso artigo sobre a recorrência do câncer aborda uma pesquisa feita pelo Journal of National Cancer Institute, comentada em publicação da Oncoguia. Ela fala sobre a relação entre o tratamento de reposição hormonal e a recorrência do câncer de mama.

O tratamento de reposição hormonal visa amenizar os efeitos da menopausa, mas também recebem o alerta de muitos especialistas, principalmente, para mulheres que já foram diagnosticadas com câncer de mama. Porém, segundo a publicação, estudos mais recentes mostram que as chances de recorrência do câncer de mama não aumentam com uso de estrogênio tópico e via vaginal em baixas doses.

No caso do estrogênio vaginal de baixa dosagem, principalmente em pacientes que tomam inibidores de aromatase (Ais), a tomada de decisão sobre o uso deve ser compartilhada entre paciente, ginecologista/mastologista e oncologista.

Gostou do que aprendeu por aqui? Aproveite para conferir mais artigos aqui!

Médica mastologista especializada em reconstrução mamária. Além de sua prática clínica, Dra. Brenda atua como mastologista no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é preceptora da residência médica de Mastologia na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP) e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. | CRM-SP 167879 / RQE – SP Cirurgia Geral: 81740 / RQE – SP Mastologia: 81741

ps.in@hotmail.com

2 Comments
  • DORA RAQUEL SILVA DA FONTOURA

    GOSTEI MUITO . ME ESCLARECEU MUITAS DÚVIDAS. MAS MESMO ASSIM
    FICAM AS PREOCUPAÇOES.
    MAS A ESPERANÇA E A FÉ EM DEUS NOS AJUDA EM CONJUNTO COM OS AVANÇOS DA MEDICINA E DOS NOSSOS MÉDICOS MARAVILHOSOS.

    4 de outubro de 2024 22:10
    reply
    • brendadmin

      Olá, Dora! Fico feliz que as informações tenham esclarecido suas dúvidas. Entendo as preocupações, mas é inspirador ver sua fé em Deus e confiança na medicina. Um abraço!

      16 de fevereiro de 2025 19:02
      reply
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