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Frasco com vitamina D

Vitamina D e o câncer de mama: o que se sabe sobre essa relação

Como muita coisa que envolve a prevenção de um tumor, a possível conexão entre vitamina D e o câncer de mama conta ainda com várias incertezas. Todavia, existem sim evidências sugerindo que deficiências nesse elemento podem elevar o risco de desenvolver a doença.

Diante disso, o que as mulheres devem fazer sobre esse aspecto? E que fatores devem ser considerados no dia a dia para garantir que o organismo tenha à disposição a quantidade suficiente do nutriente? Essas e outras questões serão exploradas nos tópicos a seguir.

Como a vitamina D age no organismo

Na prática, a vitamina D é um hormônio associado a uma série de processos fisiológicos essenciais do corpo humano. Alguns dos mecanismos que não funcionam a contento sem a presença adequada do elemento são:

  • Absorção e retenção de cálcio e fósforo nos ossos, fazendo com que sua deficiência possa desencadear um quadro de osteoporose (algo relevante para mulheres na menopausa).
  • Regulação de atividades do sistema imune.
  • Metabolismo da glicose através da produção da insulina.
  • Relaxamento e contração dos músculos, inclusive do coração.
  • Interferência em diversos fatores de crescimento celular.

Outro fato relevante é que, embora existam alimentos que possam contribuir com as necessidades diárias da substância, a maior parte dela é produzida pelo próprio corpo.

No entanto, para isso é necessário que a pessoa tenha contato diário de pelo menos alguns minutos com a luz solar. Sem o estímulo, o organismo é incapaz de efetuar a síntese do elemento em uma das suas versões (o colecalciferol, também chamado de vitamina D3).

Por fim, vale reforçar que a deficiência de vitamina D é considerada um problema de saúde pública em vários contextos.

Estima-se que pelo menos metade da população mundial tenha um nível insuficiente do hormônio, enquanto cerca de um bilhão de pessoas sofram com algum grau de deficiência, conforme dados apresentados em artigo do Journal of Pharmacology & Pharmacotherapeutics.

Leia também: Dicas de alimentação durante o tratamento do câncer de mama

De que maneira os níveis de vitamina D e o câncer de mama podem interagir

Embora se saiba que a deficiência de vitamina D tenha inúmeros reflexos sobre a saúde humana, concluir se a manutenção dos níveis ideais contribui para a prevenção de um câncer de mama está longe de um consenso. Ainda assim, pesquisadores tentam jogar luz sobre a questão.

Um estudo que reuniu dados de vários outros artigos e ponderou o peso de cada um deles (o que os especialistas chamam de metanálise) identificou que mulheres com maiores níveis de vitamina D apresentam uma chance 45% menor de desenvolver uma neoplasia mamária. Tal conclusão foi apresentada no periódico Breast Cancer Research and Treatment, em 2009.

Nos anos seguintes, em maior ou menor grau, outras publicações demonstraram resultados similares. Já evidências de um estudo mais recente, publicado em 2024, sugeriu que um nível de vitamina D acima de 40 ng/mL (valor considerado saudável para a maior parte da população) seria o suficiente para oferecer alguma proteção.

No mais, a concentração da substância no corpo poderia trazer ganhos também entre mulheres já diagnosticadas com um tumor na mama. Logo, a presença do nutriente em patamares maiores aumentaria a sobrevida, conforme estudo de 2017 veiculado no Jama Oncology.

Mesmo diante de tudo isso, outra revisão foi no sentido oposto. Um trabalho de 2022 levou em conta as informações de 84 estudos sobre o tema e concluiu que nenhum tipo de suplementação de vitaminas e minerais seria suficiente para contribuir com a prevenção de diferentes tipos de câncer.

A relação causa e efeito da vitamina D

Em teoria, a presença de vitamina D no organismo poderia contribuir com a prevenção do câncer de mama por interferir nos mecanismos que permitem às células se multiplicarem.

Contudo, mesmo com estudos detalhados, é difícil bater o martelo em definitivo a respeito dessa questão. Em resumo, isso acontece pelo fato de ser complicado determinar a causalidade entre a disponibilidade da vitamina D e a doença.

Em outras palavras, isso significa que não se sabe ao certo se a redução do risco observado em alguns casos é consequência do efeito da substância.

É possível que pessoas com níveis altos de vitamina D mantenham hábitos mais saudáveis e, por isso, sejam menos afetadas pelo câncer. Ao mesmo tempo, é necessário considerar que talvez a concentração do elemento sofra influência do desenvolvimento de um tumor (e não o contrário).

De todo modo, cabe sempre ressaltar que um câncer de mama é resultado de uma interação complexa de fatores, que nem sempre podem ser isolados.

Cuidados para garantir mais vitamina D para o corpo

Seja como for, acompanhar os níveis de vitamina D pode (e deve) fazer parte dos cuidados básicos de saúde, sobretudo de pacientes já na menopausa (por conta do risco de osteoporose, por exemplo).

Assim sendo, um exame de sangue relativamente simples é capaz de medir a presença da substância no corpo. Se o número encontrado for abaixo do ideal, é possível atuar para ajustar isso.

Além de aumentar o contato com a luz do Sol, sempre de forma protegida por alguns minutos diariamente, é possível ainda recorrer a suplementos com a finalidade de corrigir a deficiência. A inclusão de determinados alimentos na dieta também pode ajudar. Entre alguns deles estão:

  • Gemas dos ovos.
  • Salmão, atum e sardinha.
  • Frutos do mar em geral (como os camarões).
  • Óleo de fígado de bacalhau.
  • Fígado bovino ou de frango.
  • Cogumelos.
  • Leite de vaca e seus derivados (iogurte, queijo e manteiga)

Portanto, ainda que a possível conexão entre a vitamina D e o câncer de mama seja difícil de definir, outros fatores associados ao nutriente devem sempre ser observados de perto. Com isso, é possível se proteger contra outras complicações, muitas delas comuns na vida de uma mulher.


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