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Analisando com mamografia tumor de tamanho grande

Tumores de mama benignos de grande volume: o que são, causas e tratamento

Os tumores de mama benignos de grande volume representam um grupo de lesões que, embora não estejam associadas ao câncer, podem causar desconforto físico, alterações estéticas e preocupação para quem recebe o diagnóstico.

Entre as lesões citadas, destaca-se a Hiperplasia Estromal Pseudoangiomatosa (PASH, na sigla em inglês para Pseudoangiomatous Stromal Hyperplasia), condição rara que pode atingir grandes dimensões e exigir tratamento cirúrgico.

Características gerais da Hiperplasia Estromal Pseudoangiomatosa

A Hiperplasia Estromal Pseudoangiomatosa (PASH) é uma alteração benigna do tecido da mama causada pelo crescimento excessivo das células de sustentação que compõem a estrutura mamária.

Embora a PASH seja considerada rara, segundo artigo publicado na revista acadêmica Annals of Breast Surgery, ela é mais comum em mulheres na pré-menopausa. Ainda assim, casos em adolescentes, mulheres jovens e até mesmo homens (geralmente associada à ginecomastia) já foram registrados na literatura científica.

A causa exata da PASH é desconhecida, mas há indícios de que a origem da condição esteja em uma resposta hormonal exacerbada, especialmente à progesterona — o que estimularia a proliferação tecidual.

De acordo com artigo publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, a lesão costuma crescer de forma lenta (raramente o aumento de tamanho é rápido), assumindo características de um tumor mamário de grande volume.

Na maioria dos casos, a PASH é identificada em exames de imagem de rotina, podendo também se manifestar como uma massa palpável, firme, indolor e móvel.

Assim, o diagnóstico é feito por meio de exames clínicos, mamografia e/ou ultrassonografia das mamas, e confirmado em biópsia por agulha grossa, que permite avaliar a estrutura histológica do tecido.

Leia também: Saiba mais sobre o tratamento dos nódulos mamários grandes e benignos

Outros tipos de tumores de mama benignos de grande volume

Além da PASH, outros tumores benignos podem atingir grandes dimensões e demandar atenção médica. São eles os fibroadenomas e os tumores filoides.

Fibroadenoma

O fibroadenoma é o tumor benigno mais comum entre as mulheres, formado por tecido fibroso e glandular. É um nódulo bem delimitado, móvel e indolor. Ocorre, principalmente, entre os 20 e 35 anos e não aumenta o risco de câncer de mama.

O chamado fibroadenoma juvenil, mais frequente em adolescentes entre 10 e 18 anos, pode crescer rapidamente, mas tende a reduzir de tamanho ou desaparecer com o tempo. Já quando o nódulo atinge 5 cm ou mais, é classificado como fibroadenoma gigante.

Tumores filoides

Os tumores filoides se originam no tecido conjuntivo (estroma) da mama e têm crescimento potencialmente rápido. Podem ser classificados como benignos, borderline (intermediários) ou malignos.

Embora a maioria seja benigna, todos os tipos requerem avaliação médica detalhada, pois podem atingir grandes volumes e causar dor ou deformidade mamária.

Diagnóstico diferencial e importância da avaliação médica

O exame microscópico é fundamental para identificar casos de PASH e diferenciá-los de fibroadenoma, tumor filoide ou outras condições benignas e malignas.

Isso porque, como reforça o artigo da Annals of Breast Surgery, a PASH não apresenta sinais de malignidade, como atipia celular, mitoses ou destruição tecidual.

Outras condições que também podem ser descartadas nessa avaliação médica são:

  • angiossarcoma de baixo grau (lesão maligna com espaços vasculares verdadeiros);
  • hamartoma mamário (tumor benigno que cresce a partir da mistura de tecido mamário, fibroso e adiposo);
  • miofibroblastoma (tumor mesenquimal benigno e extremamente raro).

Essa diferenciação entre tumores de mama benignos de grande volume é decisiva para a definição e início do tratamento adequado.

Saiba mais: O papel do autoexame de mama no acompanhamento da saúde da mulher

Técnicas de cirurgia oncoplástica para tumores de mama benignos de grande volume

A definição de tratamento depende do tipo e do tamanho do tumor, além dos sintomas e da evolução clínica da pessoa.

Quando o diagnóstico da PASH ou fibroadenoma é confirmado e o tumor é de pequeno porte e assintomático, pode-se optar pelo acompanhamento clínico e exames periódicos de imagem para verificar a evolução do quadro.

Porém, em casos de crescimento progressivo, de sintomas físicos, estéticos e/ou de achados de imagem suspeitos, pode haver a necessidade de procedimentos cirúrgicos.

Os tumores filoides, mesmo benignos, também costumam ser removidos cirurgicamente. Em situações raras, como PASH gigante, a mastectomia pode ser necessária, conforme relatado na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica.

Nesses contextos, a cirurgia oncoplástica tem papel essencial, pois combina técnicas de remoção segura da lesão com reconstrução estética da mama, buscando preservar o formato e a simetria da região.

O procedimento é realizado em etapa única, oferecendo recuperação mais tranquila e resultados harmônicos. Além de benefícios estéticos, a reconstrução auxilia na autoestima e bem-estar emocional da paciente.

A decisão sobre o tipo de abordagem para o tratamento deve ser tomada em conjunto com a equipe médica, considerando o tamanho do tumor, o volume mamário e o desejo da paciente.

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Médica mastologista especializada em reconstrução mamária. Além de sua prática clínica, Dra. Brenda atua como mastologista no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é preceptora da residência médica de Mastologia na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP) e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. | CRM-SP 167879 / RQE – SP Cirurgia Geral: 81740 / RQE – SP Mastologia: 81741

ps.in@hotmail.com

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