Densidade da mama ligada ao risco familiar de câncer de mama
Um recente estudo comprovou que a história familiar para câncer de mama está positivamente associada à densidade da mama em mulheres na pré-menopausa
Um aspecto importante para que o médico mastologista possa analisar e avaliar o risco de desenvolver câncer de mama ao longo da vida da paciente é conhecer o histórico médico familiar acerca da doença, principalmente dos parentes de primeiro, segundo e terceiro graus, uma vez que a existência de um fator genético aumenta o risco familiar de câncer de mama.
Contudo, a ausência de casos de câncer de mama na família não significa que a pessoa está a salvo da doença. Isto porque o histórico familiar é apenas um dos vários fatores que precisam ser levados em consideração para avaliação risco.
Ao contrário do que muitas pacientes pensam, o câncer de mama é predominantemente esporádico e pouco associado a predisposição genética. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama de caráter hereditário corresponde de 5% a 10% do total de casos.
A densidade das mamas é outro fator de risco de grande relevância para o câncer de mama. Saiba mais sobre ela a seguir!
O que é mama densa?
Considera- se uma mama densa aquela que apresenta quantidades relativamente altas de tecido fibroglandular e quantidades relativamente baixas de tecido mamário gorduroso.
Ou seja, a densidade mamária é determinada pela proporção de tecido glandular, que se mostra branca na mamografia, e do tecido gorduroso, que aparece mais escuro. Quanto maior a proporção de tecido fibroglandular mais densa será considerada a mama e em termos práticos mais branca ou radiolucente aparecerá na mamografia, podendo assim “esconder lesões mamárias” na avaliação da imagem, justificando o acompanhamento diferenciado destas pacientes.
As mamas densas dificultam o diagnóstico de câncer de mama através do exame de mamografia, já que os tumores também se apresentam densos no exame.
Até pouco tempo atrás, tínhamos poucas informações de como esses dois fatores, histórico familiar e densidade mamográfica, estavam relacionados. Porém, um recente estudo publicado na revista médica JAMA Network Open comprovou que a história familiar para câncer de mama está positivamente associada à densidade mamária em mulheres na pré-menopausa.
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A importância da mamografia para pacientes com risco familiar de câncer
O estudo de coorte foi realizado com pacientes americanas com câncer de mama atendidas no Joanne Knight Breast Health Center e Siteman Cancer Center, da Universidade de Washington. A pesquisa comparou dados do grupo de descoberta, que incluiu 375 mulheres na pré-menopausa que receberam mamografia anual em 2016 e tiveram volume denso e volume não denso medidos durante cada triagem, assim como dados das pacientes do conjunto de validação, obtidos com 14.415 mulheres na pré-menopausa atendidas nos centros entre 2010 e 2015.
De acordo com os pesquisadores que conduziram o estudo, a densidade volumétrica das mamas foi significativamente maior em mulheres com histórico familiar de câncer de mama em comparação com mulheres sem histórico na família.
Esses achados reforçam a necessidade de se iniciar a mamografia de rastreamento anual em idade precoce para mulheres com histórico de câncer de mama na família.
Idealmente, o rastreamento é feito partir dos 30 anos quando se fala em grupos de alto risco. Contudo, para saber a necessidade de iniciar este rastreio antes dos 40 anos é necessário a avaliação de um mastologista.
Atualmente, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que todas as mulheres sem histórico de câncer de mama ou risco populacional iniciem a mamografia a partir dos 40 anos, devendo ser repetida a cada ano. No entanto, mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou ovário devem iniciar a prevenção antes, idealmente 10 anos antes da idade do diagnóstico do familiar com histórico de câncer. A idade exata é definida pelo médico mastologista.
Ainda de acordo com a SBM, a realização de testes genéticos é uma importante ferramenta para as mulheres que fazem parte desse grupo de risco.
Já, segundo a última revisão do American College of Radiology, toda mulher a partir dos 30 anos deve e merece ser avaliada por um especialista em mama para determinar o risco de desenvolver câncer de mama ao longo da vida.
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Prevenção ainda é melhor opção
Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura do câncer de mama são de 95%. Assim, vale o alerta de reforço para as mulheres que possuem histórico familiar de câncer conscientizarem-se a respeito da importância da mamografia, bem como das visitas periódicas ao mastologista.
Outro aspecto positivo das consultas regulares é sanar dúvidas e temores que possam acometer a paciente.
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O autocuidado e monitoramento das mamas possibilita a detecção precoce de eventuais anomalias, e a consequente realização de tratamentos antes do avanço da doença, com maiores chances de sucesso. Além disso, manter bons hábitos como a prática rotineira de atividades físicas e priorizar uma alimentação saudável são grandes aliados na prevenção do câncer de mama.
Por isso cuide-se sempre!
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